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Bancada do PT deve decidir posição sobre redução de penas do 8/1 na próxima semana

Rogério Carvalho afirma que senadores ainda não tiveram acesso ao conteúdo da proposta
30/04/2025 | 15h30
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Por Cleber Lourenço

A proposta que busca reduzir as penas dos condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro ainda não chegou formalmente à bancada do PT no Senado. Apesar disso, o senador Jaques Wagner (PT-BA), líder do governo na Casa e também membro da bancada petista, já se posicionou favoravelmente à articulação, o que gerou desconforto interno e foi visto como um movimento precipitado.

Um dos pontos levantados pelos senadores é a questão da separação dos poderes, como é o caso da senadora Teresa Leitão (PT-PB), que questionada pelo ICL Notícias, se apoia ou não a redução das penas, respondeu que “esse é um tema de competência do Supremo Tribunal Federal”.

Já o líder da bancada, senador Rogério Carvalho (PT-SE),disse ao ICL Notícias que a proposta não foi apresentada à bancada até o momento. “A bancada ainda não teve acesso ao conteúdo da proposta legislativa. Se tivermos acesso até segunda, discutiremos na reunião de segunda-feira”, afirmou à coluna, reforçando que a bancada petista tampouco fechou uma posição sobre o tema.

A antecipação de Wagner gerou mais confusão e dúvidas. Senadores ouvidos pela reportagem em caráter reservado criticam a falta de diálogo e o estilo autônomo do líder do governo no Senado. “Faz os negócios dele por aí, né? Vai abrindo oportunidades próprias”, disse um deles.

PT

Parte da bancada do PT no Senado (Foto: Divulgação)

Parte da bancada do PT é contrário à proposta

Ao menos cinco senadores da bancada já se posicionaram contrários à proposta em conversas reservadas, tanto pelo conteúdo quanto pela forma como vem sendo conduzida.

O senador Beto Faro (PT-PA), por meio de sua assessoria, esclareceu ao ICL Notícias que defende o debate nos termos da proposta do presidente do Senado, Davi Alcolumbre, e destacou que essa posição é distinta do apoio ao projeto de anistia do PL que tramita na Câmara, ao qual se opõe.

Faro ressalta ainda que o apoio à discussão no Senado se dá desde que não haja interferência na autonomia do Supremo Tribunal Federal: “O Congresso não pode interferir na definição das penas, que é prerrogativa do Judiciário”. Ele também mencionou que, por enquanto, “é muito difícil fechar uma posição sobre o assunto agora, uma vez que não se sabe como vai ficar esse texto, o que vai ser inserido nele, como vai ficar o texto final da proposta”

O ICL Notícias procurou o senador Randolfe Rodrigues (PT-AP), líder do governo no Congresso Nacional. Questionado se havia qualquer mal-estar com Jaques Wagner pela condução do tema, Randolfe respondeu, por meio de sua assessoria, que da parte dele não há qualquer tipo de incômodo.

A proposta, que está sendo elaborada nos bastidores, tem como principal articulador o senador Davi Alcolumbre (União-AP) e conta com apoio de nomes como Sérgio Moro (União-PR) e Alessandro Vieira (MDB-SE). Jaques Wagner, embora não assuma publicamente a autoria, é visto como um dos incentivadores da ideia. Mas, ao se adiantar à própria bancada, abriu um flanco de críticas que, embora contidas, evidenciam fissuras internas.

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