O atentado contra o STF foi o principal tema entre os dias 13 e 14, mas não o único. O ataque com bombas representou 30% das publicações, com ênfase nas informações iniciais, investigações sobre o autor do atentado e sua suposta afinidade com a extrema direita. Todavia, o tema dividia atenção — ironicamente — com uma pressão bolsonarista acerca dos presos após o 8 de janeiro (10%), ação essa que arrefece drasticamente após o atentado. Casamento igualitário (35%) e decisão de Fux sobre jogos de apostas (25%) também estiveram em debate no dia 13.
Ainda no dia 13, ao analisarmos os comentários feitos pelos usuários sobre o atentado em perfis de imprensa no Instagram observamos uma ausência de atores ligados à extrema direita. Esse vácuo é ocupado por atores que condenam o radicalismo e terrorismo influenciado por ideologias de extrema direita e associando-o ao bolsonarismo (70% dos comentários). As falhas de segurança reacendem críticas ao GSI e outros órgãos de segurança (20%), enquanto a rejeição à anistia para envolvidos em atos antidemocráticos é o ponto central de 10% dos comentários.
Esse cenário muda 48h depois nos comentários em perfis de imprensa, quando o bolsonarismo ainda tateava uma alternativa argumentativa para reagir as acusações públicas. Enquanto 50% mantém a responsabilização da extrema direita e do bolsonarismo, o cluster ligado ao ex-presidente adota uma série de abordagens diversionistas: debatem o uso do termo “terrorismo” (25%) para o atentado, acusam o atentado de ser uma “false flag” contra a anistia (15%) e ironizam o “exagero da narrativa” sobre o terrorista (10%).
A preocupação destes atores bolsonaristas se correlaciona com as pesquisas em ascensão relacionadas com Jair Bolsonaro nos últimos sete dias. Com uma série de termos que buscam informações sobre o atentado, o tema se aproxima do nome do ex-presidente e de seu campo político. Em comparação, estes temas não apresentam o mesmo padrão para o presidente Lula, por exemplo.
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