O Brasil teve prejuízo de R$ 1,4 bilhão com mais de 39 milhões de doses de vacinas contra a covid-19 que não foram utilizadas. Desde 2021, o material, com prazo de validade vencido, tem sido incinerado. A Procuradoria-Geral da República (PGR) investiga a incineração para determinar se houve improbidade administrativa. A informação é do g1.
As milhões de doses descartadas e incineradas representam quase 5% de todas as vacinas contra covid-19 compradas no período. Segundo especialistas, o limite considerado aceitável para a perda de insumos é de até 3%, devido a fatores de logística.
Especialistas apontam que o desperdício é consequência da gestão de Jair Bolsonaro (PL), que demorou a comprar e distribuir as doses e empreendeu campanha de desinformação sobre a vacina. O ex-presidente se recusou a se vacinar e chegou a associar o imunizante à Aids.
Em 2021, cerca de 1,9 milhão de vacinas foram incineradas. Já em 2022, o número saltou para 9,3 milhões. Em 2023, sob o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), cerca de 28,7 milhões de doses foram incineradas.
Segundo o Ministério da Saúde, o Brasil adquiriu 823 milhões de doses contra a covid-19 entre 2020 e 2023. A pasta informou ainda ter herdado um estoque de mais de 157,9 milhões de itens de saúde prestes a vencer — totalizano R$ 1,2 bilhão — e criou um comitê para monitorar e mitigar as perdas.
“Após uma série de ações estratégicas para minimizar as perdas de estoques de insumos, o Ministério da Saúde evitou o desperdício de mais de R$ 251,2 milhões em vacinas. O valor equivale a mais de 12,3 milhões de doses”, afirmou a pasta.
Segundo o g1, o assessor de Jair Bolsonaro, o ex-secretário especial de Comunicação Social Fabio Wajngarten, o ex-presidente não tinha “nenhuma ingerência no tema” e havia “liberdade e autonomia plena para os ministros”.
Já o ex-ministro Marcelo Queiroga disse que o Ministério da Saúde “tomou todas as providências necessárias para conter a crise sanitária” e que as estimativas de compra de vacina “foram feitas pela área técnica” e que “não compete ao ministro da Saúde fazer essas estimativas”.
O ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, não se pronunciou.
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