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Caso Abin: nas redes sociais, 76% das menções são negativas ao bolsonarismo

Apenas 15% defenderam o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), enquanto 9% tergiversaram sobre o tema
26/01/2024 | 18h29

A repercussão da Operação Vigilância Aproximada, da Polícia Federal, que teve como alvo o deputado federal Alexandre Ramagem (PL–RJ) e apura a existência de uma “Abin paralela”, foi negativa para o bolsonarismo. É o que aponta levantamento do analista de redes sociais e colunista do ICL Notícias Pedro Barciela.

Segundo Barciela, 76% das menções ao caso na plataforma X (antigo Twitter) foram críticas à família Bolsonaro. Apenas 15% defenderam o ex-presidente, enquanto 9% tergiversaram sobre o tema.

As menções negativas ao ex-presidente e família foram focadas sobretudo em críticas à honestidade de Jair Bolsonaro (PL–RJ) e de políticos aliados, suspeitas de uso da Abin para espionagem, além de comentários sobre a impunidade e expressões de descrença na Justiça.

Houve ainda referências a prisões e a necessidade de responsabilização, além de críticas à gestão e atitudes do governo Bolsonaro. Comentários irônicos e sarcásticos sobre a situação política também foram mencionados.

Diante do volume de críticas e menções negativas, a estratégia bolsonarista, segundo Pedro Barciela, foi focada apenas em reagir aos comentários contrários.

“O bolsonarismo, mais uma vez, se vê obrigado a adotar uma posição extremamente reativa, sem conseguir pautar qualquer debate para além do seu próprio agrupamento. Nesse cenário, qualquer narrativa que busque colocar o bolsonarismo como ‘vítima de perseguição’ não vai prosperar para além do próprio ‘cluster’ [grupo]”, afirmou Barciela.

O analista explica ainda que essa repercussão bolsonarista na própria “bolha” se deve ao rompimento de “pontes comunicacionais”. Com isso, diversos segmentos da sociedade, como a imprensa, não pautam mais certos temas ligados a Bolsonaro.

“Isso tudo, somado ao fato de a todo momento eles precisarem adotar posturas reativas para se justificarem ou aglutinarem a própria base, impedem que consigam avançar e pensar em dialogar com outros agrupamentos”, completou Barciela.

OPERAÇÃO

Na última quinta-feira (25), foram cumpridos 21 mandados de busca e apreensão, além de medidas cautelares diversas da prisão, incluindo a suspensão imediata do exercício das funções públicas de sete policiais federais.

Além de Alexandre Ramagem, o policial federal Felipe Arlotta Freitas, um dos homens de confiança do deputado, também foi um dos alvos de busca e apreensão na operação. A informação foi dada em primeira mão pela colunista Juliana Dal Paiva, do ICL Notícias.

A investigação apura a existência de uma organização criminosa que se instalou na Abin com o intuito de monitorar ilegalmente autoridades públicas e outras pessoas, utilizando-se de ferramentas de geolocalização de dispositivos móveis sem a devida autorização judicial.

 

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