Começa hoje no Supremo Tribunal Federal (STF) a audiência de instrução e julgamento dos acusados de serem os mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.
Serão realizadas oitivas de testemunhas de defesa de acusação. Este é o momento do exercício do contraditório, cada qual tentando convencer o juízo da culpa ou da inocência dos acusados de serem os mandantes — no caso os irmãos Domingos e Chiquinho Brazão, além do ex-chefe da Polícia Civil do Rio, delegado Rivaldo Barbosa.
Os depoimentos serão colhidos em videoconferência por um juiz auxiliar em nome do ministro Alexandre de Moraes e devem se estender por toda a semana.
Como foi revelado em primeira mão no sábado (10) pelo jornalista Chico Otávio, no portal ICL Notícias, relatório da Polícia Federal encaminhado ao STF conclui que o delegado Giniton Lages e seu braço direito, o comissário de Polícia Marco Antônio de Barros Pinto, o Marquinho, acobertados pelo então chefe da Polícia Civil do Rio, delegado Rivaldo Barbosa, agiram deliberadamente para obstruir as investigações sobre os reais culpados do assassinato da vereadora e seu motorista.
Advogado do delegado Rivaldo Barbosa no caso, Marcelo Ferreira, disse que considerou um absurdo a conclusão do relatório da Polícia Federal sobre a obstrução da investigação.
Segundo Ferreira, quem conhece a estrutura da Polícia Civil sabe que é impossível para o chefe da instituição manipular tanta gente. O advogado argumentou que, abaixo da chefia, havia duas subchefias e várias diretorias. E, abaixo das subdiretorias, as delegacias especializadas, como era o caso da Delegacia de Homicídios
“No caso Marielle, eram diversas pessoas. Como alguém consegue manipular todo esse grupo de pessoas? Um absurdo, que será desconstruído”, disse Ferreira.
O ICL Notícias entrou em contato com os outros dois acusados no relatório mas não obteve retorno. Quando houver resposta será publicada neste espaço.
PGR denunciou mandantes da morte de Marielle
Por unanimidade, a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) acolheu a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) e tornou réus os irmãos Chiquinho e Domingos Brazão, e o ex-chefe do Polícia Civil do Rio de Janeiro, Rivaldo Barbosa, pelos assassinatos da vereadora Marielle Franco e seu motorista Anderson Gomes. Os três irão responder pela acusação de serem os mandantes do crime.
Além deles, o ex-policial Ronald Paulo Pereira, conhecido como Major Ronald, e Robson Calixto da Fonseca, ex-assessor de conhecido como “Peixe”, também tornaram-se réus. Ronald é acusado de ser o responsável por monitorar as agendas e deslocamentos da vereadora, e Robson Calixto de fornecer a arma usada no duplo assassinato.
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