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Após provocação, Datena agride Marçal com cadeira e é expulso de debate na TV Cultura

Antes da cadeirada, Marçal estava sendo ignorado pelos outros cinco candidatos
16/09/2024 | 06h41

Por Brasil de Fato

O candidato a prefeito de São Paulo José Luiz Datena (PSDB) agrediu o também candidato Pablo Marçal (PRTB) durante o debate promovido pela TV Cultura no domingo (15). Após a agressão, o debate foi suspenso até que Datena fosse expulso.

A agressão ocorreu no quarto bloco do debate. Na ocasião, Datena questionou Marçal sobre suas supostas ligações com o Primeiro Comando da Capital (PCC). Marçal, então, provocou Datena o chamando de “arregão”. Disse que o apresentador chegou a partir para cima dele no debate da TV Gazeta para lhe dar um tapa, mas não teve coragem de fazê-lo.

Neste momento, Datena agrediu Marçal usando uma cadeira. O debate foi imediatamente interrompido pelo mediador, o jornalista Leão Serva, que chamou um intervalo comercial. Datena foi expulso do debate com base no regulamento do debate.

Ele disse que perdeu a cabeça. “Foi uma reação humana que eu não pude conter”, disse ele. Marçal deixou o debate pois alegou que estava se sentindo mal. Segundo sua assessoria, ele foi direto ao hospital.

O debate seguiu com outros quatro candidatos. Guilherme Boulos (Psol), Marina Helena (Novo) e Tabata do Amaral (PSB) lamentaram a agressão.

Debate da TV Cultura teve a presença de seis candidatos à prefeitura de São Paulo (Foto: Najda Kouchi/TV Cultura)

O debate seguiu com outros quatro candidatos. Guilherme Boulos (PSOL), Marina Helena (Novo) e Tabata do Amaral (PSB) lamentaram a agressão.

Marçal interpela Datena sobre caso de assédio

Antes da agressão, a pergunta de Marçal para Datena foi sobre uma acusação de assédio sexual por uma ex-funcionária do apresentador de TV.  “Homem é homem, mulher é mulher, estuprador é diferente, né?”, disse Marçal citando trecho da música dos Racionais. “Eu quero saber se você tocou na vagina dela como é que foi essa questão de assédio sexual.”

À imprensa, depois de expulso do debate, Datena disse que a Justiça arquivou o caso por falta de provas e que a mulher que o acusou se retratou publicamente e em cartório. “Foi uma acusação em que a polícia não viu provas nenhuma. A pessoa que me acusou se retratou publicamente e em cartório, pediu desculpas para mim e para minha família”, disse Datena.

Antes do início do debate, Datena falou à imprensa que não iria reagir aos ataques praticados principalmente por Marçal, que vem se destacando nesse tipo de evento com um comportamento ofensivo. “Não vou reagir. Você acha que eu vou apanhar dele [Marçal]? Ou bater nele? Se tornou uma briga porque se alterou o debate democrático. Minha resposta será o silêncio”, afirmou o apresentador José Luiz Datena (PSDB), que no debate da TV Gazeta com o MyNews chegou a sair de seu lugar e ir em direção a Marçal.

Marçal, por sua vez, pediu para deixar o debate e se encaminhou para o Hospital Sírio Libanês. No estacionamento do local do evento, a reportagem do Brasil de Fato presenciou ainda uma confusão entre os assessores de Marçal e Datena, no momento em que o ex-coach estava deixando o local, em um carro particular.

Nunes no alvo até a agressão

Até a agressão de Datena, o comportamento já conhecido de Marçal de ataques a seus adversários foi deixado de escanteio por seus adversários. Até mesmo a candidata Marina Helena (Novo) se posicionou de forma contrária a Marçal ao falar sobre a ausência do apoio do ex-coach ao projeto de impeachment contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.

O foco estava direcionado ao atual prefeito, Ricardo Nunes (MDB), cujo principal embate foi com Guilherme Boulos (PSOL), uma vez que ambos estão próximos um do outro e à frente dos outros candidatos nas pesquisas de intenções de voto.

“O Ricardo Nunes é meio confuso. Primeiro, ele mente a respeito das minhas posições. Depois ele pede que eu comente a proposta de outro candidato. Vamos falar das coisas que importam? Nessa semana, a UTI do hospital do Campo Limpo completou dois meses com ar-condicionado quebrado. Você deixaria um familiar seu nessas condições”, disse Boulos ao ser questionado por Nunes sobre a proposta de outro candidato.

Em resposta, Nunes falou sobre o posicionamento de Boulos sobre a legalização das drogas. “A gente não pode de forma nenhuma lidar com alguém que defende a liberação de drogas. Isso acaba com as famílias. Isso é algo terrível para os nossos jovens com relação à saúde.”, afirmou.

A candidata Tabata Amaral (PSB) também utilizou parte de seu tempo para se dirigir a Ricardo Nunes:“Candidato, São Paulo está há uma semana, de acordo com vários estudos, com ar mais poluído do mundo. Quase 80 pessoas já perderam sua vida. E nesse meio tempo onde estava o prefeito que não cobrou o governador e o presidente da República? Onde estava o prefeito que não procurou os prefeitos do interior para cobrar e para oferecer ajuda? (…) Porque o prefeito não se mexe, candidato?”, questionou.

“O problema do atual prefeito aqui não tem liderança porque não tem convicção. Está sempre buscando as tropas do poder, sempre buscando um benefício próprio. Tanto que agora vive correndo atrás do Bolsonaro.”

Propostas em terceiro plano

Quase todos os candidatos falaram sobre os incêndios que atingem o Brasil e tornaram a qualidade do ar de São Paulo uma das piores do mundo. Marçal foi questionado pelo mediador sobre o assunto logo no início do debate. Disse que carros elétricos podem contribuir para a redução da poluição. Datena, por sua vez, disse que o transporte público é essencial para redução da poluição.

Marina Helena disse que pretende implementar o IPTU Verde em São Paulo. Por meio dele, cidadãos receberiam descontos em impostos caso colaborem com a preparação da cidade para as mudanças climáticas plantando árvores, por exemplo.

Tabata Amaral dedicou um tempo para falar sobre segurança pública, zeladoria e violência contra a mulher. “Todo mundo que estuda segurança pública sabe que o crime sempre acontece no mesmo lugar. E toda mulher que caminha à noite sozinha sabe que a oportunidade faz o criminoso. Uma cidade escura, suja, com as ruas quebradas, como a nossa, é uma cidade que naturalmente a gente vê aumentar estupro”, disse a candidata.

* Com reportagem de Caroline Oliveira e Vinicius Konchinski

 

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