A defesa de Jair Bolsonaro, representada pelo advogado Paulo Amador Bueno, disse que o beneficiário do golpe de Estado investigado pela Polícia Federal não seria o ex-presidente, mas os militares que o cercavam.
Em entrevista ao programa Estúdio I, da Globonews, Bueno ressaltou que um dos documentos apreendidos previa a criação de um “Gabinete Institucional de Gestão da Crise”, que seria formado pelo ex-ministro Augusto Heleno e pelo ex-ministro Walter Braga Netto, e não pelo presidente.
“Quem seria beneficiado seria uma junta criada após a ação, Operação Punhal Verde Amarelo. E nessa junta não estava incluído o presidente Bolsonaro”, disse o advogado, reforçando a tese de “golpe no golpe” .
Para a PF, Bolsonaro atuou diretamente na ofensiva antidemocrática. Ele foi indiciado ao lado de 36 pessoas por tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do estado democrático de direito e organização criminosa.
Questionado se os comandantes do Exército, Marco Antônio Freire Gomes, e da Aeronáutica, Carlos de Almeida Baptista Júnior, mentiram em seus depoimentos na PF nos quais relatam que Bolsonaro lhes apresentou uma minuta golpista, o advogado diz que não, mas nega o teor do documento.
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Da esquerda para a direita: o general Paulo Nogueira, do Exército; o ministro da Defesa, Braga Netto; o presidente Jair Bolsonaro; o tenente-brigadeiro Baptista Júnior, da Aeronáutica; e o almirante Almir Garnier Santos, comandante da Marinha
(Foto: Divulgação)
‘Bolsonaro desconhecia planos’
Bueno disse que Bolsonaro desconhecia os planos golpistas que previam a morte do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice, Geraldo Alckmin, e do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
O advogado citou que, segundo a PF, esses planos foram encontrados com militares de baixo escalão na hierarquia do Exército.
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