Por Igor Mello
Alvo da Operação Batismo e apontada pela Polícia Federal como braço político da maior milícia do Rio de Janeiro, a deputada estadual Lucinha (PSD) segue bem cotada no grupo político do prefeito Eduardo Paes (PSD), de quem sempre foi próxima. Segundo os investigadores, a parlamentar era chamada de “madrinha” pelos milicianos da quadrilha de Luis Antonio da Silva Braga, o Zinho.
Afastada do mandato em dezembro de 2023 por decisão da Justiça, Lucinha reassumiu o posto de deputada em fevereiro, por decisão de seus colegas na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro). Desde então, retomou sua rotina de publicações nas redes sociais, onde ostenta seu acesso à administração de Paes. A parlamentar vem publicando uma série de agendas onde mobiliza equipes de diversos órgãos da prefeitura em pequenas obras e ações de conservação — inclusive em áreas dominadas pela milícia.
Em uma delas, foi colocada uma faixa agradecendo ao seu filho — o vereador e secretário de Paes Junior da Lucinha — e a Eduardo Paes pelas obras do programa de urbanização Bairro Maravilha realizadas na localidade Morada 2001, na Favela Três Pontes, em Paciência, o quartel-general da organização criminosa a quem a deputada seria ligada, segundo a PF.
A coluna perguntou ao prefeito Eduardo Paes se ele está ciente e aprova o uso da máquina por Lucinha. O prefeito não retornou.
E nem só de obras vive Lucinha: na última quinta-feira (14) ela jantou com o secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, um dos nomes mais próximos de Paes no secretariado. Os dois foram acompanhados do colega de Lucinha na Alerj Vinícius Cozzolino.
A coluna questionou Soranz sobre a natureza do encontro com a deputada investigada, mas não obteve resposta.
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