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Bloqueado no Brasil desde o início de setembro, o X (antigo Twitter) passou a utilizar serviços intermediários para driblar operadoras nesta quarta-feira, 18, e voltar a funcionar para alguns usuários.

De acordo com o pesquisador David Nemer, professor no Departamento de Estudos de Mídia na Universidade da Virgínia e especialista em Antropologia da Informática, Musk alterou o IP dos servidores do X.

Uma atualização feita no aplicativo da rede social causou essa mudança no IP (endereço virtual de uma plataforma) da plataforma no Brasil. “Antes, ele estava na rede 104.244.40.0/21, pertencente ao Twitter-Network, que foi onde as operadoras aplicaram o bloqueio. Agora, o IP do X está na rede 162.158.0.0/15 da Cloudflare. As operadoras não podem bloquear a Cloudflare, pois o impacto seria grande”, escreveu.

Musk alterou o IP dos servidores do X. Antes, ele estava na rede 104.244.40.0/21, pertencente ao Twitter-Network, que foi onde as operadoras aplicaram o bloqueio. Agora, o IP do X está na rede 162.158.0.0/15 da Cloudflare. As operadoras não podem bloquear a Cloudflare, pois o impacto seria grande. +

David Nemer (@davidnemer.com) 2024-09-18T15:22:20.531Z

Em seu perfil em outra rede social, Nemer explicou que o X está utilizando várias redes diferentes da Cloudflare, o que impossibilita o bloqueio, já que milhares de empresas brasileiras dependem da Cloudflare. Ou seja, o bloqueio afetaria essas empresas também.

Segundo ele, o STF poderia intimar a Cloudflare a bloquear o acesso ao Twitter/X, porém a empresa não tem representação legal no Brasil — mesmo a Cloudflare prestando serviços no Brasil, assim como tendo servidores/datacenters no país.

O pesquisador destacou ainda que a Itália aprovou um programa contra pirataria para bloquear sites que violam direitos autorais, chamado “Escudo”. Como alguns sites de pirataria eram servidos pela Cloudflare, seus IPs foram bloqueados no país. Segundo Nemer, o programa é falho, mas mostra que há precedentes de bloqueio no mundo.

bloqueio desfeito

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Bloqueio de perfis antidemocráticos

Na última semana, o Supremo Tribunal Federal (STF) foi informado pelo Citibank S. A. e pelo Itaú Unibanco de que as multas aplicadas às empresas de Elon Musk foram pagas. A dívida era de R$ 18,5 milhões com a Justiça.

No entanto, um outro motivo que levou à suspensão do funcionamento da rede social foi o fato de a empresa X não ter instituído uma representação legal no país, além de descumprir a ordem de bloqueio de perfis antidemocráticos.

O ministro Alexandre de Moraes confirmou que o bloqueio à plataforma continua. De acordo com ele, não houve movimentação da empresa do empresário Elon Musk para cumprir com as exigências judiciais para funcionamento no país.

 

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