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Economia

Governo prepara campanha do Pix com o lema ‘é meu, é seu, é do Brasil’

Campanha terá como foco empreendedores e autônomos, público mais sensível às notícias falsas
24/01/2025 | 14h52

Para acabar de vez com a recente polêmica envolvendo o Pix, o governo Lula (PT) lançará uma campanha sobre a mais popular ferramenta de movimentações financeiras do país com o lema: “é meu, é seu, é do Brasil”. A intenção da campanha é restabelecer a confiança do brasileiro no Píx, após a massiva disseminação de fake news promovida pela extrema direita, que colocou em dúvida a segurança do sistema.

De acordo com reportagem da Folha de S.Paulo, a ideia do governo é reafirmar o uso do Pix como um meio de pagamento seguro, confiável e sem taxa. A campanha, a primeira grande a ser coordenada pelo novo chefe da Secom (Secretaria de Comunicação da Presidência), Sidônio Palmeira, que terá a tarefa primordial de melhorar a comunicação do governo, após o desastroso anúncio da Instrução Normativa da Receita Federal, que ficou conhecida como “regra do Pix”.

Diante da confusão gerada pelo erro de comunicação do governo, mas, principalmente, pelo jogo sujo da extrema direita ao espalhar fake news, a Receita foi obrigada a revogar a normativa que ampliava os valores a serem monitorados para pessoas físicas e jurídicas, e obrigava fintechs e outras empresas de meios de pagamentos a informarem o Fisco sobre as transações via Pix e cartões. Desde 2015, os bancos já são obrigados a prestar essas informações.

Na reunião ministerial de segunda-feira (20), o ministro Sidônio informou que vai percorrer os ministérios em busca de marcas capazes de turbinar a publicidade do governo este ano. Também afirmou que acompanhará o andamento das licitações na área de comunicação em curso na Esplanada para melhorar os processos.

O governo tem pressa para divulgação das ações governamentais na tentativa de ampliar seus níveis de aprovação e reverter o impacto negativo da crise do Pix.

Campanha do Pix vai ter foco em empreendedores e autônomos

A ideia do governo é focar a campanha em empreendedores e autônomos, segmento apontado como mais sensível à falsa informação de que a ferramenta seria tributada, informação mentirosa disseminada pelas fake news.

Outro definição sobre a campanha é reforçar o conceito de que o Pix é uma ação de Estado.

Segundo a Folha, aliados do presidente Lula avaliam que o diálogo com o segmento de autônomos e informais já era desafiador e foi ainda mais afetado pela disseminação de fake news sobre uma possível tributação das operações.

Antes de assumir a Secom na semana passada, o ministro Sidônio já tinha encomendado às agências encarregadas da comunicação do governo uma campanha de esclarecimento sobre as novas regras de monitoramento de transações da Receita.

Na noite da quinta-feira (16), um dia após a revogação da medida, a Secom informou à Calia, agência escolhida para a empreitada, que a campanha tinha sido cancelada. As agências foram orientadas a aguardar nova solicitação.

Nesta quarta-feira (22), a Calia foi novamente selecionada para elaborar o material publicitário.

Na reunião de segunda-feira, o presidente Lula deu uma bronca no ministro da Fazenda, Fernando Haddad, pela polêmica em torno da regra do Pix.

“Daqui para a frente, nenhum ministro vai poder fazer uma portaria que depois crie confusão para nós sem que passe pela Presidência através da Casa Civil. Muitas vezes a gente pensa que não é nada, faz uma portaria qualquer e depois arrebenta e cai na Presidência da República”, afirmou.

 

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