A guerra comercial entre Estados Unidos e China ganhou um novo capítulo com a imposição de tarifas que podem chegar a 245% sobre produtos chineses, conforme revelado em um documento recente divulgado pela Casa Branca. Essa cifra impressionante é resultado da acumulação de diferentes taxas aplicadas ao longo dos últimos anos e meses por diferentes administrações americanas.
Itens como seringas e veículos elétricos exportados da China estão entre os principais alvos dessa nova onda tarifária. Esses produtos já enfrentavam uma tarifa de 100%, determinada pelo presidente Joe Biden. Agora, serão adicionadas mais taxas:
- 20% anunciados por Donald Trump como medida contra o tráfico de fentanil;
- 125% como forma de retaliação à política comercial chinesa.
Somadas, essas tarifas resultam em uma carga tributária total de 245% sobre determinados produtos chineses.
Essa nova rodada de tarifas foi mencionada em uma nota oficial da Casa Branca, publicada na terça-feira (15), que trata de uma investigação sobre o uso de minerais críticos, iniciada ainda na gestão Trump. O número alarmante rapidamente chamou a atenção da imprensa internacional, que buscou esclarecimentos junto às autoridades chinesas.
Segundo um porta-voz americano, trata-se de uma sobreposição de tarifas já existentes, e não de uma nova cobrança isolada. Ainda assim, o impacto comercial e político é significativo.
Em resposta às sanções econômicas, a China suspendeu a compra de aeronaves da Boeing, em um gesto claro de retaliação. Essa atitude se soma a uma série de medidas adotadas por Pequim desde o anúncio das primeiras tarifas, em 2 de abril.
Desde então, a escalada foi intensa:
- Os EUA iniciaram com uma tarifa de 34% sobre produtos chineses;
- A China respondeu com tarifas equivalentes;
- Trump elevou as tarifas para 50%;
- A China não recuou, e subiu sua taxa para 84%;
- Os EUA contra-atacaram com 145%;
- Por fim, a China elevou novamente as tarifas, agora para 125%.
Guerra comercial deve reduzir crescimento do comércio global em 2025
Esse movimento de “olho por olho” entre as duas maiores economias do mundo vem aumentando o clima de incerteza nos mercados globais e levantando preocupações sobre os efeitos para cadeias produtivas, investimentos e inflação.
A Organização Mundial do Comércio (OMC) cortou nesta quarta-feira (16) sua previsão para o comércio global de mercadorias, passando a ver queda e não mais um crescimento sólido, afirmando que novas tarifas dos Estados Unidos e efeitos colaterais pode levar à maior queda desde o auge da pandemia de Covid-19.
A OMC prevê que o comércio de mercadorias caia 0,2% este ano, contra expectativa em outubro de uma expansão de 3%.
Com tarifas cada vez mais altas e reações rápidas de ambos os lados, o embate entre Estados Unidos e China promete seguir como um dos principais pontos de tensão geopolítica e econômica em 2025. Os próximos meses devem ser decisivos para entender se haverá espaço para negociações ou se a guerra comercial continuará escalando.
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