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É difícil acreditar que o otimismo do mercado financeiro, pelo segundo dia consecutivo, seja atribuído à entrevista do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, à GloboNews na tarde desta terça-feira (7). Mas, ao que parece, a fala de Haddad, de que o déficit fiscal de 2024 vai fechar próximo de zero em 2024, sem contabilizar os gastos para reconstrução do Rio Grande do Sul após as fortes chuvas de maio, que devastaram o estado, pode ter, sim, contribuído para acalmar os ânimos.

O Ibovespa avançou 0,95%, aos 121.162,66 pontos, um ganho de 1.141,14 pontos. Porém, importante salientar que o indicador, hoje, seguiu o embalo de ontem, quando avançou repercutindo o mercado externo. Tudo leva a crer que o mercado tem tateado para buscar bons argumentos para tentar recuperar, neste começo de 2025, as perdas do ano passado.

Segundo Haddad, a economia brasileira chegará ao fim de 2026 “muito mais arrumada” do que a herdada no início do governo, se o plano da equipe econômica for efetivado. Ele afirmou que esse resultado será conquistado “sem maquiagem, sem contabilidade criativa e sem calote”. Disse até que os brasileiros vão poder comer “filet mignon”, em uma alusão à fala da picanha do presidente Lula (PT) durante a campanha.

No âmbito macro, uma boa notícia veio da arrecadação federal com impostos e contribuições federais, que atingiu R$ 209,218 bilhões em novembro de 2024, valor 11,21% acima do registrado no mesmo mês de 2023. No acumulado do ano, o total de receitas foi de R$ 2,391 bilhões, um aumento de 9,82%. Os dados foram divulgados nesta terça pela Receita Federal.

O montante arrecadado em novembro é o segundo maior da série histórica da Receita, iniciada há 30 anos, para o mês. Antes desse, o valor mais alto havia sido registrado em novembro de 2013, de R$ 210,232 bilhões.

Além disso, a expansão de 3,2% do PIB em 2023 fez com que a carga tributária daquele ano caísse 0,9 ponto percentual, para 32,11% do PIB, em relação a 2022, segundo dados da Secretaria da Receita Federal. O patamar, atingido no primeiro ano do terceiro mandato do presidente Lula, representa o menor nível desde 2020, quando o indicador ficou em 30,9%.

No âmbito corporativo, pode-se dizer que a alta do Ibovespa também foi sustentada por um de seus pesos-pesados, a Petrobras (PETR4), que subiu 2,13%, e dos bancos, que avançaram todos em torno de 1%. Podia ter sido melhor se a Vale (VALE) não tivesse caído 0,97%, com minério de ferro na mínima de sete semanas.

Dólar

O dólar comercial emendou a segunda baixa seguida, com 0,13%, a R$ 6,10, e os DIs (juros futuros) subiram por toda a curva, em uma sessão de muita oscilação, com realização de lucros.

Mercado externo

Os indicadores de Wall Street fecharam mistos hoje novamente, após dados econômicos fortes do mercado de trabalho jogarem uma sombra sobre o futuro da política monetária. Isso levou a um pico nos Treasuries do Tesouro norte-americano. Declínios em grandes ações de tecnologia também arrastaram o mercado para baixo.

O Dow Jones subiu 0,42%, aos 42.528,36 pontos; o S&P 500, -1,11%, aos 5.909,03 pontos; e o Nasdaq, -1,89%, aos 19.489,68 pontos.

 

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