Como disse o colunista de economia José Paulo Kupfer, em sua coluna no UOL, “o mercado financeiro queria sangue, e Lula entregou um ajuste gradual nas contas públicas”. Isso porque o governo anunciou com o pacote de ajuste fiscal medidas paralelas para cumprir promessas de campanha, como isentar de IR (Imposto de Renda) quem ganha até R$ 5 mil (essa proposta virá na reforma tributária da renda) e fazer aqueles que ganham R$ 50 mil por mês pagar um pouco mais.
O governo entregou o pacote que o mercado cobrava, mas não da forma como a Faria Lima queria. E assim, desde ontem (27), a Bolsa brasileira derrete e o dólar dispara.
Nesta quinta-feira (28), o Ibovespa desabou 2,40%, aos 124.610,41 pontos, uma queda de 3.058,20 pontos. É a maior queda em um só dia desde 2 de maio de 2023, quando desceu os mesmos 2,40%. Ontem, o principal indicador da Bolsa havia caído 1,73%.
Já o dólar disparou com alta de 1,30%, a R$ 5,989, renovando o recorde nominal (quando descontada a inflação). Na máxima do dia, o recorde foi de R$ 6.003, maior valor nominal da história.
Os DIs (juros futuros) aceleraram de novo e subiram por toda a curva, com a maioria dos vértices acrescentando mais 2%, como ontem, às taxas.
O pacote do governo promete economia de R$ 71,9 bilhões em dois anos e de R$ 327 bilhões até 2030. Mas o mercado queria mais: mais cortes em benefícios sociais e previdenciários, ou seja, uma faxina no que é despendido com os mais pobres do país.
O dia foi difícil para quase todas as empresas listadas na Bolsa. A Vale (VALE3) perdeu 1,03%; a Petrobras (PETR4) também caiu 1,03% e os bancos despencaram.
A ver até quando a turma da Faria Lima vai renovar a artilharia.
Mercado externo
O mercado financeiro dos Estados Unidos permaneceu fechado devido ao feriado de Ação de Graças.
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