Um dia depois da posse de Donald Trump na presidência dos Estados Unidos, os índices futuros dos Estados Unidos operam em trajetória positiva, nesta manhã de terça-feira (21), enquanto as bolsas europeias estão majoritariamente em baixa.
Além da posse de Trump, ontem (20) foi feriado de Martin Luther King nos EUA, o que deixou o mercado financeiro norte-americano à vista fechado. Por isso, o dia foi de baixa liquidez.
Ainda assim, o que se viu com os fechamentos dos mercados pelo mundo ontem foi um otimismo com a posse do republicano. Algumas moedas se valorizaram devido à queda do dólar. Isso porque Trump surpreendeu ao adiar a divulgação do pacote de tarifas específicas a produtos da China e ao anunciar planos de aplicar impostos de 25% sobre o Canadá e o México a partir de 1º de fevereiro.
Em seu discurso de posse, Trump anunciou que vai tarifar e taxar os países para enriquecer os norte-americanos, conforme prometido durante a campanha eleitoral, mas não deu muitos detalhes. O republicano prometeu uma revisão do sistema comercial e disse que os Estados Unidos estabelecerão um “serviço de receita externa”. “Estamos estabelecendo o serviço de receita externa para coletar todas as tarifas, taxas e receitas”, afirmou. “Serão enormes quantias de dinheiro que entrarão em nosso Tesouro, provenientes de fontes estrangeiras”, completou.
A ausência de uma narrativa clara sobre restrições comerciais até o momento destaca o risco de maior volatilidade nos mercados financeiros em um futuro próximo.
O republicano prometeu intensificar a luta contra a imigração ilegal, reverter política de diversidade, entre outros temas que têm sido um dos pontos centrais de sua agenda.
Com a volta do mercado norte-americano, retorna também a temporada de balanços nos Estados Unidos. Hoje saem os resultados da 3M, United Airlines e Netflix nesta terça.
Na Europa, o Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça, que começou esvaziado ontem devido à posse de Trump, entra no seu segundo dia nesta terça-feira.
No Brasil, a agenda de indicadores está esvaziada, com pouca movimentação nos mercados. Já na esfera política, a atenção se volta para a reunião ministerial realizada por Lula na véspera e que segue hoje com outros ministros.
Brasil
O Ibovespa fechou a segunda-feira (20) com alta de 0,41%, aos 122,855,15 pontos, um ganho de 504,77 pontos, em dia de posse de Donald Trump na presidência dos Estados Unidos.
Já o dólar comercial caiu 0,40% frente ao real, a R$ 6,04, acompanhando a queda da divisa ao redor do mundo. Porém, teve um elemento a mais aqui: o Banco Central realizou o primeiro leilão de dólares com compromisso de compra futura da gestão de Gabriel Galípolo à frente da autoridade monetária, no valor de US$ 2 bilhões (cada operação com limite de US$ 1 bilhão).
Por sua vez, os DIs (juros futuros), que começaram o dia em alta, fecharam com quedas por toda a curva.
Europa
As bolsas europeias operam majoritariamente em trajetória negativa, com os investidores assimilando as primeiras ações do segundo governo de Donald Trump nos Estados Unidos.
Na frente de dados, a Grã-Bretanha divulga dados de empregos e a Alemanha tem as pesquisas de sentimento do ZEW.
FTSE 100 (Reino Unido): +0,15%
DAX (Alemanha): -0,07%
CAC 40 (França): 0,00%
FTSE MIB (Itália): -0,15%
STOXX 600: +0,07%
Estados Unidos
Os índices futuros dos EUA seguem em alta hoje, na volta do feriado de Martin Luther King Jr. e um dia após a posse de Donald Trump. Enquanto avaliam os primeiros gestos e falas do republicano, os agentes aguardam os dados da 3M, United Airlines e Netflix.
Dow Jones Futuro: +0,34%
S&P 500 Futuro: +0,26%
Nasdaq Futuro: +0,21%
Ásia
As bolsas asiáticas fecharam majoritariamente no positivo, enquanto os investidores aguardavam mais clareza sobre as políticas do presidente dos EUA, Donald Trump, após sua posse ontem.
Das notícias da região, também são aguardadas decisões na esfera da política monetária da região. O Banco do Japão realizará sua próxima reunião de política monetária entre os dias 23 e 24 de janeiro. O governador do BOJ, Kazuo Ueda, sinalizou intenções de aumentar as taxas. Já a autoridade monetária de Cingapura se reunirá na sexta-feira (24).
Shanghai SE (China), -0,05%
Nikkei (Japão): +0,32%
Hang Seng Index (Hong Kong): +0,91%
Kospi (Coreia do Sul): -0,08%
ASX 200 (Austrália): +0,66%
Petróleo
Os preços do petróleo operam em baixa, enquanto os investidores digerem as falas de Donald Trump, incluindo planos para aumentar a produção doméstica de petróleo.
Petróleo WTI, -1,16%, a US$ 76,98 o barril
Petróleo Brent, -0,32%, a US$ 79,89 o barril
Agenda
Nos Estados Unidos, saem dados da Perspectiva Energética de Curto Prazo da EIA (Agência Internacional de Energia).
Por aqui, no Brasil, o Banco Central (BC) anunciou mudanças no Relatório Focus, com a criação de 10 novos rankings e a alteração da metodologia do IPCA Cesta. A partir de sexta-feira (24), o Top 5 de IGP-M será descontinuado. Novos rankings de fiscal, PIB e taxa de desocupação serão criados, considerando variáveis como Dívida Líquida do Setor Público, PIB e taxa de câmbio. A metodologia do IPCA Cesta será ajustada para incluir o IPCA Administrados, que não terá mais um ranking exclusivo. A mudança visa incentivar a participação das instituições financeiras no boletim.
*Com informações do InfoMoney e Bloomberg
Deixe um comentário