ICL Notícias
Economia

Inflação nos supermercados desacelera, mas calor já afeta ovos e deve impactar frutas

Item que mais subiu foi o café torrado e moído, que registrou alta de 8,56% em janeiro
21/02/2025 | 09h04
ouça este conteúdo

Após cinco meses consecutivos de alta, a inflação dos supermercados desacelerou em janeiro, conforme o indicador de preços da AbrasMercado (Associação Brasileira de Supermercados), publicado pelo blog da jornalista Míriam Leitão, em O Globo.

O indicador aponta que a cesta de 35 produtos de largo consumo subiu 0,78% no mês, ante 1,82% de dezembro e dos 3,02% de novembro. O preço médio nacional passou de R$ 794,56 para R$ 800,75.

Os preços com mais quedas de preços são: leite longa vida (-1,53%), feijão (-1,35%), óleo de soja (-0,87%) e arroz (-0,54%).

Mas a pesquisa mostra que os preços de outros alimentos subiram. São eles: café torrado e moído, que registrou alta de 8,56%. Neste caso, os aumentos mais expressivos ocorreram na região Sul (+12,39%) e no Norte (+11,53%). Segundo a associação, em 12 meses, o café acumula alta de 50,34% na média nacional.

O açúcar refinado também foi um item que subiu (+1,78%). O ovo, que virou o grande foco da vez, teve aumento de 0,89% de janeiro para fevereiro e, apesar da alta recente, no acumulado de 12 meses registrou queda de 1,90%.

Das carnes, o frango congelado teve alta de 2,51%, seguido pela carne bovina de corte traseiro (+1,74%), enquanto o pernil caiu (-0,95%), assim como a carne bovina de corte dianteiro (-1,45%).

No acumulado de 12 meses, as carnes bovinas tiveram os seguintes aumentos: dianteiro (+25,97%), traseiro (+20,61%), pernil (+18,91%) e frango congelado (+10,33%).

De modo geral, o consumo nos lares brasileiros cresceu 2,22% em janeiro na comparação com o mesmo mês do ano passado, de acordo com Abras. Em relação a dezembro, o índice registrou queda de -11,51%, impactado pela sazonalidade do consumo no final do ano.

Apesar da alta dos preços de alguns produtos, dados do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) mostra que a inflação desacelerou em janeiro deste ano para todas as faixas de renda, na comparação direta com dezembro de 2024, especialmente para as famílias de espectros de renda mais baixos.

Enquanto a inflação do segmento de renda muito baixa recuou de 0,48%, em dezembro, para -0,17% em janeiro, a taxa apontada no segmento de renda alta manteve-se praticamente estável, passando de 0,55%, em dezembro, para 0,54%, em janeiro.

Inflação dos alimentos: Calor extremo já afeta os ovos e deve impactar produção de frutas

O calor extremo já atingiu a produção de ovos, cujo preço disparou nos supermercados e feiras nos últimos dias. Além das questões climatológicas, a Quaresma (período do ano litúrgico que antecede a Páscoa cristã, quando o consumo de carne diminui) também impactou os preços dos produtos.

O assunto se tornou tão sério que até mesmo o presidente Lula (PT) se manifestou a respeito. Ele disse na quinta-feira (20) que terá reunião com empresários para pactuar o valor dos produtos no mercado interno. “O preço vai baixar, eu tenho certeza que a gente vai conseguir fazer com que o preço volte aos padrões do poder aquisitivo do trabalhador”, disse Lula em entrevista a uma rádio do Rio de Janeiro.

Economistas alertam que o calor extremo que atinge parte do país neste mês pode gerar novas pressões sobre os preços de alimentos mais sensíveis a variações climáticas, como os hortifrútis.

“Em locais onde a onda de calor está mais intensa, pelo menos entre o Sul e o Sudeste, pode ser que tenha algum aumento de preços de alimentos in natura, o que é normal para essa época do ano, só que pode vir um pouquinho acima da média por conta da intensidade do calor”, disse o economista André Braz, do FGV Ibre (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas), a reportagem da Folha de S.Paulo.

Contudo, ele afirmou que o impacto do aumento não deve ser duradouro. Os impactos do clima na inflação de alimentos deve ser sentido entre março e abril. Depois, a tendência é de queda.

Os especialistas ouvidos pela reportagem também apontam que a onda de calor pode gerar uma redução momentânea na oferta de alguns alimentos, mas sem grandes impactos no longo prazo, por se tratar de um evento transitório.

Nesse grupo, o indicador de preços da AbrasMercado aponta que os hortifrutigranjeiros que mais subiram em janeiro foram o tomate, com alta de 20,27%, seguido pela cebola (+7,99%). A batata, por outro lado, caiu 9,12%.

Higiene pessoal

Já nos itens de higiene pessoal, o indicador de preços da AbrasMercado mostra que houve aumento nos preços do xampu (+0,89%), sabonete (+0,58%), creme dental (+0,45%) e papel higiênico (+0,13%).

Na categoria de limpeza, a água sanitária subiu 1,03%, seguida pelo desinfetante (+0,81%) e pelo detergente líquido para louças (+0,31%), enquanto o sabão em pó recuou 0,26%.

 

Relacionados

Carregar Comentários

Mais Lidas

Assine nosso boletim econômico
Receba gratuitamente os principais destaques e indicadores da economia e do mercado financeiro.