Os mercados mundiais reagem positivamente, nesta manhã de quinta-feira (30), depois que o Fed (Federal Reserve, o banco central estadunidense) decidiu manter as taxas de juros inalteradas na banda 4,25% a 4,50% ao ano, sob a justificativa de que a economia ainda está bastante resiliente, com pressões inflacionárias. A decisão foi anunciada na véspera.
As bolsas também reagem hoje às divulgações dos balanços da Microsoft, da Telsa, do bilionário Elon Musk, e da Meta (dona do Facebook e do Instagram). Enquanto a primeira superou as expectativas de receita trimestral, a margem de lucro da segunda ficou abaixo das estimativas no quarto trimestre. A Meta, por sua vez, registrou receita de US$ 48,4 bilhões no quarto trimestre, um aumento de 21% ante igual período de 2023. O resultado ficou acima das projeções dos analistas, que era de US$ 47,0 bilhões, de acordo com a FactSet.
Porém, a companhia de Mark Zuckerberg prevê receita do primeiro trimestre abaixo das estimativas de mercado. Já Apple divulgará seus resultados trimestrais hoje, após o fechamento do mercado.
Em relação à decisão sobre os juros, o presidente do Fed, Jerome Powell, deu a tradicional coletiva após a decisão, na qual falou a palavra “incerteza” 17 vezes, em uma clara referência às políticas anunciadas e já adotadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que tomou posse em 20 de janeiro.
“O Comitê está muito numa posição de esperar para ver quais políticas [do novo governo] serão implementadas. Não sabemos o que acontecerá com as tarifas, com a imigração, com a política fiscal e com a política regulatória”, disse Powell. “Há uma incerteza elevada devido às mudanças significativas de política nessas quatro áreas que mencionei”, completou.
Trump, por sua vez, reagiu à decisão da autoridade monetária. Ele criticou Powell e o BC, afirmando que eles “falharam em resolver o problema que criaram com a inflação” e fizeram um “trabalho terrível na regulação bancária”.
O presidente fez a crítica no Truth Social, minutos depois de afirmar que não era “apropriado falar sobre a decisão do Fed agora, nesta ocasião”. Na semana passada, Trump chegou a dizer que iria “exigir” que o Fed baixasse os juros.
Na agenda de hoje nos EUA, estão previstas as divulgações do PIB (Produto Interno Bruto) e dos pedidos de auxílio-desemprego.
Na Europa, hoje tem decisão do BCE (Banco Central Europeu) sobre os juros. A expectativa por lá é de corte de 0,25 ponto percentual.
Por aqui, o Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central também divulgou na véspera aumento de 1 ponto percentual na taxa básica de juros, a Selic, que subiu de 12,25% para 13,25% ao ano. Além disso, no comunicado divulgado com a decisão, a autoridade monetária brasileira antecipou que pode elevar os juros no mesmo patamar na próxima reunião, em março, o que elevaria a Selic para 14,25% ao ano, nível no qual esteve em 2016. Foi a primeira reunião presidida por Gabriel Galípolo, indicador pelo presidente Lula (PT) para presidir o BC.
Na agenda de hoje por aqui, os destaques são a pesquisa do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), além do IGP-M.
Brasil
Em uma “Superquarta” bastante previsível, o Ibovespa fechou em baixa de 0,50%, aos 123.432,12 pontos, após a decisão do Fed (Federal Reserve, o banco central estadunidense) de manter as taxas de juros inalteradas na banda entre 4,25% a 4,50%.
Além disso, pesou nos negócios desta quarta-feira (29) a baixa liquidez global, devido ao feriado do Ano Novo Lunar que deixou fechados parte dos mercados asiáticos.
As bolsas de Wall Street voltaram ao território negativo com a retomada da liquidação das ações do setor de tecnologia.
Já o dólar caiu 0,06%, cotada a R$ 5,865.
Europa
As bolsas europeias sobem hoje, com investidores à espera da decisão sobre juros do BCE (Banco Central Europeu). A autoridade monetária deve promover um corte de 25 pontos-base na taxa de juros. Também são aguardados dados do crescimento da França, da Alemanha e da zona do euro, além dos índices de desemprego, sentimento econômico e confiança do consumidor na região. Somado a isso, segue a temporada de balanços corporativos também.
FTSE 100 (Reino Unido): +0,11%
DAX (Alemanha): +0,31%
CAC 40 (França): +0,41%
FTSE MIB (Itália): +0,16%
STOXX 600: +0,43%
Estados Unidos
Os índices futuros avançam hoje, enquanto os investidores digerem a decisão da política monetária, os balanços corporativos e aguardam a divulgação do PIB do quarto trimestre e dos pedidos de auxílio-desemprego nesta quinta. Para esta sexta-feira (31), é aguardada a divulgação do relatório do índice de preços de despesas de consumo pessoal (PCE) de dezembro, o indicador favorito do Fed (Federal Reserve) para balizar a política monetária.
Dow Jones Futuro: +0,36%
S&P 500 Futuro: +0,50%
Nasdaq Futuro: +0,76%
Ásia
Os mercados asiáticos também fecharam com alta, na contramão de Wall Street, que recuou durante a noite após a decisão do Fed de manter as taxas de juros inalteradas. Por lá, a liquidez é baixo devido ao feriado de Ano Novo Lunar.
O vice-governador do Banco do Japão, Ryozo Himino, afirmou na quinta-feira que o banco central seguirá elevando as taxas de juros caso a economia e os preços evoluam conforme suas projeções. Na semana passada, o Banco do Japão aumentou os juros em 25 pontos-base, para 0,5%, o maior patamar desde 2008.
Shanghai SE (China), fechado por feriado
Nikkei (Japão): +0,25%
Hang Seng Index (Hong Kong): fechado por feriado
Kospi (Coreia do Sul): fechado por feriado
ASX 200 (Austrália): +0,55%
Petróleo
Os preços do petróleo operam em baixa, enquanto os investidores aguardavam clareza sobre os planos do governo dos EUA para a política comercial, depois que o escolhido de Donald Trump para secretário de Comércio disse que Canadá e México podem evitar impostos.
Petróleo WTI, -0,29%, a US$ 72,41 o barril
Petróleo Brent, -0,31%, a US$ 76,34 o barril
Agenda
Nos Estados Unidos, saem os dados do auxílio-desemprego e do PIB do quarto trimestre.
Na Europa, tem decisão de juros pelo BCE (Banco Central Europeu).
Por aqui, no Brasil, o governo vai implementar um mecanismo para fortalecer concessão de crédito com desconto em folha do trabalhador privado, disse nesta quarta-feira (29) o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, citando a criação de uma plataforma para comparar taxas de juros oferecidas pelos bancos. Em entrevista a jornalistas ontem, após reunião com o presidente Lula e presidentes de bancos, Haddad afirmou que todos os trabalhadores formais poderão ser beneficiados pela medida.
*Com informações do InfoMoney e Bloomberg
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