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Mulheres negras encaram o dobro do desemprego e ganham metade da renda dos homens brancos, apontam dados do MTE

Segundo dados da RAIS do MTE, entre os homens não negros, o porcentual de desempregados é de 4,6%, enquanto para as mulheres negras, de 10,1%.
21/11/2024 | 20h47

As mulheres negras têm o dobro do desemprego dos homens brancos, sendo as mais impactadas pela falta de trabalho, segundo dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) do segundo trimestre de 2024, do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).

No período, eram 7,5 milhões de pessoas desocupadas no total, representando uma taxa de desemprego média de 6,9%.

Entre os homens não negros, esse percentual está abaixo da média, com 4,6%, enquanto para as mulheres negras é de 10,1%.

“As mulheres negras estão concentradas nas ocupações na base da pirâmide, principalmente, em serviços domésticos, de limpeza, serviços de alimentação. Elas ainda ocupam as vagas que pagam menos de remuneração salarial”, disse a subsecretária de Estatística e Estudos do Trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego, Paula Montagner, à CNN.

O desemprego de mulheres e negros (conjunto de pretos e pardos) terminou 2023 acima da média nacional. Enquanto o país alcançou o índice de 7,4% no último trimestre de 2023, a taxa das mulheres ficou em 9,2%. Já a dos homens, 6%. Os dados são da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios),  do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Os números da Pnad já mostravam que o desemprego das mulheres é 53,3% maior que o dos homens. A diferença já foi de 69,4% no 1º trimestre de 2012, quando começou a série histórica do IBGE. A menor discrepância registrada foi de 27% no 2º trimestre de 2020.

Pelo prisma de cor da pele, a população branca apresentou taxa de desemprego de 5,9%, enquanto as de pretos (8,9%) e pardos (8,5%) superaram a média nacional.

A diferença entre os grupos é praticamente igual à do início da série histórica, quando a taxa dos brancos era de 6,7%, a dos pretos correspondia a 9,7%, e a dos pardos, a 9,2%. A média nacional atingia 8% na época.

Desigualdade de mulheres negras também aparece na renda

Os dados do MTE também mostram que as mulheres ganham 50,2% da remuneração dos homens brancos

Além disso, o levantamento do MTE mostra que, no segundo trimestre deste ano, haviam 101,8 milhões de pessoas ocupadas no país, dos quais 38,6% estavam na informalidade.

Nesse cenário, as mulheres negras assalariadas sem registro, conta própria sem CNPJ ou com emprego doméstico sem carteira também é 9,1% maior que para mulheres não negras.

À CNN, a subsecretária de Estatística e Estudos do Trabalho do MTE disse que as mulheres foram as que mais sofreram durante a pandemia do Covid-19, e o desemprego aumentou, principalmente, para as mulheres negras que ocupavam funções de empregadas domésticas.

Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias e CNN

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