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O real é a segunda moeda que mais se valorizou em janeiro frente ao dólar, com avanço de 5,6%, após ter fechado 2024 com o segundo pior desempenho global. A divisa norte-americana encerrou o mês de janeiro cotada em R$ 5,8355, depois de ter iniciado o ano em torno de R$ 6,18. A queda do dólar acumulada no primeiro mês do ano foi de 5,6%.

Em um ranking de 33 moedas compilado pela empresa de análise de dados Refinitiv LSE e publicado pela CNN, o real só perdeu no mês para o rublo russo, que se valorizou 6,8%. Na ponta extrema, está o peso argentino, com desvalorização de 1,99%.

No ano passado, o dólar acumulou valorização de 27% no Brasil. Em dezembro, a moeda chegou a bater na casa dos R$ 6,30.

Depois do real, o peso colombiano foi a terceira moeda que mais se valorizou, com avanço de 4,58%.

Na lista de 33 países, 13 moedas se desvalorizaram frente ao dólar, entre elas o euro, que perdeu 0,18%.

Confira abaixo as moedas que mais se valorizaram e as que mais desvalorizaram frente ao dólar:

  • Rublo Russo (+6,79%)
  • Real brasileiro (+5,6%)
  • Peso colombiano (+4,58%)
  • Zloty polonês (+1,48%)
  • Won coreano (+1,48%)
  • Shekel israelense (+1,27%)
  • Baht tailandês (+1,26%)
  • Peso chileno (+1,25%)
  • Iene japonês (+1,06%)
  • Forint húngaro (+0,9%)
  • Libra esterlina (+0,94%)
  • Rand sul-africano (+0,87%)
  • Sol peruano (+0,72%)
  • Peso Mexicano (+0,68%)
  • Renmindi chinês (+0,67%)
  • Dólar de Cingapura (+0,46%)
  • Coroa norueguesa (+0,32%)
  • Yuan chinês (+0,27%)
  • Riyal saudita (+0,2%)
  • Dirham dos Emirados …
  • Xelim queniano (-0,12)
  • Euro (-0,18%)
  • Dólar de Hong Kong (-0,32%)
  • Franco suíço (-0,37%)
  • Coroa dinamarquesa (-0,39%)
  • Dólar australiano (-0,4%)
  • Dólar de Tawaian (-0,44%)
  • Coroa sueca (-0,65%)
  • Dólar da Nova Zelândia (-0,77%)
  • Dólar canadense (-0,94%)
  • Rúpia indiana (-1,15%)
  • Lira turca (-1,44%)
  • Peso argentina (-1,99%)

Valorização do real: efeito Trump

Embora o Banco Central tenha feito leilões de dólares para ajudar a conter a valorização da moeda, a queda do dólar coincide com a posse do republicano Donald Trump na presidência dos Estados Unidos, em 20 de janeiro. Na sexta-feira passada, o dólar caiu no Brasil pela décima vez seguida.

Mais especificamente, o mercado repercutiu a promessa de campanha de Trump, de sobretaxar produtos importados de países. Ele começou por México, Canadá e China, que reagiram às medidas, dando início a uma guerra comercial.

Como se vê no compilado, o real foi a segunda moeda mais impactada pelo dólar no ano passado e muito se falou que o mercado estava reagindo ao pacote fiscal do governo Lula (PT), que foi aprovado pelo Congresso no fim do ano passado.

Mas, ainda que tenha havido uma reação especulativa no mercado brasileiro com o dólar, conforme janeiro entrou, ficou claro o efeito de Donald Trump com suas medidas econômicas sobre a cotação da divisa norte-americana ao redor do mundo.

Ao longo de sua campanha de retorno à Casa Branca, o republicano sinalizou que adotaria uma postura protecionista por meio de tarifas de importação.

A agressividade na política comercial, porém, poderia vir acompanhada de inflação e juros mais elevados no país, uma vez que ela encareceria os produtos vindos de fora dos Estados Unidos.

Como Trump não cumpriu logo de cara as suas promessas de sobretaxação mais pesada e com a alta da taxa básica de juros, a Selic, que subiu para 13,25% ao ano na semana passada e pode subir para 14,25% em março, o investidor estrangeiro já volta a olhar para o Brasil com expectativa de obter bons ganhos. Mais entrada de dólares na economia brasileira também ajuda o real a se valorizar.

Contribui também para o Brasil se tornar mais atraente para os investidores estrangeiros o fato de o Fed (Federal Reserve, o banco central estadunidense) ter mantido os juros inalterados, ao sinalizar incertezas sobre o futuro da economia norte-americana sob o governo Trump.

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