O cálculo de civis palestinos assassinados pelas forças de Israel em Gaza feito pelo governo dos Estados Unidos é ainda mais trágico que os números que vinham sendo divulgados pelo Ministério da Saúde local, dominado pelo Hamas.
Em uma audiência realizada nesta quinta-feira (29) no Congresso, o secretário de Defesa norte-americano, Lloyd Austin, afirmou que o governo israelense matou mais de 25 mil mulheres e crianças palestinas na região desde o último dia 7 de outubro.
Ataques de Israel em Gaza
A afirmação surpreende, já que os Estados Unidos são o principal aliado do governo de Benjamin Netanyahu. Até então, boa parte da imprensa brasileira lançava comentários que colocavam em dúvida a contagem de mortos feita pelo Ministério da Saúde local, por ser controlado pelo Hamas.
Pouco depois de Austin fazer a afirmação, o governo norte-americano tentou voltar atrás. “Não podemos verificar de forma independente o número de vítimas em Gaza”, afirmou em comunicado Sabrina Singh, porta-voz do Pentágono.
Ela alegou que a cifra divulgada se referia ao total de palestinos mortos, não apenas de mulheres e crianças, e que o dado, segundo ela, viria do Ministério da Saúde de Gaza.
O ministério, no entanto, divulgou algumas horas antes que o número total de mortos em Gaza é 30 mil. Ou seja: a informação do Pentágono não procede.
Pelos cálculos das autoridades de Saúde de Gaza, 70% dos mortos seriam mulheres e crianças — o que corresponde a 21 mil vítimas, número menor que o divulgado pelo secretário de Defesa no Congresso.
Lloyd Austin também informou que milhares munições guiadas de precisão foram fornecidas a Israel desde o início do atual conflito.
Nesta quinta, o grupo palestino acusou as Forças de Defesa de Israel de dispararem contra centenas de civis que aguardavam em fila para receber comida em uma região próxima à Cidade de Gaza. Segundo o Hamas, ao menos 112 pessoas morreram e outras 280 ficaram feridas.
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