Estudo publicado nesta quarta-feira (5) pela consultoria Capgemeni revelou que a fortuna dos mais ricos atingiu o maior nível histórico. Segundo o levantamento, o mundo nunca teve tantos milionários e com riquezas tão elevadas.
A consultoria considera ricas as pessoas cujo capital disponível, sem considerar a residência habitual, ultrapassa um US$ 1 milhão. De acordo com o estudo, o número de milionários no mundo aumentou 5,1% em um ano e alcançou a marca de 22,8 milhões de indivíduos em 2023.
A fortuna desta categoria de pessoas também aumentou, com um patrimônio total avaliado em US$ 86,8 trilhões. Ou seja, 4,7% a mais do que um ano antes. Os dois valores representam recordes desde que a Capgemini começou a publicar o estudo anual, em 1997.
Fortuna
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A Capgemini começou a publicar o estudo anualmente em 1997. Foto: Agência Brasil
Em 2022, o patrimônio dos mais ricos teve o retrocesso mais expressivo em 10 anos. No ano passado, no entanto, a América do Norte registrou o maior avanço no número de milionários, com um aumento de 7,1%, e também no valor da fortuna (+7,2%), à frente da Ásia-Pacífico e da Europa.
Taxação
Com o aumento do número de milionários, cresce também a demanda por uma taxação das grandes fortunas no mundo. No G20, Brasil e França defendem a adoção de um imposto mínimo mundial para os maiores patrimônios.
A taxação poderia render US$ 250 bilhões adicionais, caso os três mil bilionários do planeta pagassem, ao menos, o equivalente a 2% em impostos sobre a renda, uma das hipóteses debatidas.
Um relatório da Oxfam Brasil aponta que a criação de um imposto de 5% sobre as pessoas mais ricas do G20 arrecadaria dinheiro suficiente para acabar com a fome global e também ajudaria países de baixa e média renda a se adaptarem às mudanças climáticas.
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