O procurador-geral da República, Paulo Gonet, cogita reabrir um dos inquéritos decorrentes dos trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid. Gonet tem falado sobre a possibilidade com interlocutores. A informação foi dada pelo jornal O Globo.
Paulo Gonet se reunirá hoje (19) com parlamentares que integraram a comissão. O procurador avalia reabrir o caso que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, encaminhou para o órgão no final do ano passado.
Gilmar, em dezembro do ano passado, determinou que Gonet avaliasse as eventuais omissões do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) durante a pandemia. O magistrado, no despacho, pontuou já ter declarado “invalidade absoluta” do parecer da PGR, assinado por ex-procurador Augusto Aras, que poupou Bolsonaro de responsabilidade.
O inquérito foi aberto com base nos trabalhos e no relatório final da CPI da Covid. A comissão investigava “ações e omissões” durante a gestão de Eduardo Pazuello no Ministério da Saúde, especialmente após o colapso que houve no sistema de saúde do Amazonas, no início de 2021, quando pessoas morreram por falta de oxigênio.
Reunião com Gonet
A reunião de hoje entre o procurador Paulo Gonet e os parlamentares da CPI da Covid foi solicitada pelos senadores para apresentar um levantamento das ações adotadas pelo Judiciário após os pedidos de indiciamento aprovados pela comissão, em outubro de 2021.
O relatório final da CPI, escrito pelo senador e relator Renan Calheiros (MDB–AL) recomendou o indiciamento do então presidente Jair Bolsonaro e de outras 65 pessoas.
Bolsonaro é acusado pelo relator de epidemia com resultado de morte; charlatanismo; infração de medida sanitária; emprego irregular de verbas públicas; incitação ao crime; falsificação de documento particular; prevaricação; crime contra a humanidade, violação de direito social e incompatibilidade com dignidade, honra e decoro do cargo.
O que dizem Bolsonaro e Augusto Aras?
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) diz que determinou a compra de vacinas assim que elas ficaram disponíveis e nega ter se omitido na pandemia.
O ex-PGR Augusto Aras, em nota, afirmou que “os subprocuradores-gerais da República e Conselheiros no CNMP que atuaram nos casos da Covid, por delegação do procurador-geral da República, manifestaram-se no âmbito da constitucional independência funcional”. Segundo o ex-PGR, “jamais houve avocação de procedimentos e processos”.
“As decisões dos subprocuradores foram confirmadas pelo Supremo Tribunal Federal. Qualquer pessoa descontente com tais deliberações tem todo o direito de recorrer à Justiça”, concluiu o ex-PGR.
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