A embaixadora da Venezuela em Buenos Aires denunciou o cerco à embaixada do país em Buenos Aires neste domingo (28). Stella Lugo responsabilizou pessoalmente a ministra de Segurança argentina, Patrícia Bullrich, pelo ato de intimidação.
“Denuncio veementemente as ações intervencionistas irresponsáveis e o cerco à nossa embaixada em Buenos Aires”, escreveu ela nas redes sociais, horas após o fechamento das urnas na Venezuela, que realizou eleições presidenciais neste domingo.
“Patrícia Bullrich viola convenções internacionais e incita ao ódio e à violência. Considero-a responsável por qualquer agressão contra a nossa embaixada, o nosso pessoal diplomático e local, e os membros das mesas de voto que ainda se encontram na embaixada. Hoje tivemos um lindo dia de eleições e você pretende obscurecê-lo.”

Patricia Bullrich
Desde a tarde de domingo, a aglomeração havia sido incentivada pela integrante do núcleo duro do governo de extrema direita de Javier Milei, que apoia a ala da oposição venezuelana comandada pela ultraliberal Maria Corina Machado. Patrícia Bullrich compareceu ao local e postou em suas redes que esperava o anúncio oficial do pleito.
“Estamos em frente à embaixada da Venezuela aguardando o resultado das eleições junto com centenas de pessoas”, escreveu ela. O governo de Milei é abertamente hostil à administração de Maduro e, em pouco meses, já acumulou uma série de incidentes diplomáticos entre os dois países.
Mas no início da noite a aglomeração havia se tornado um ruidoso cerco à representação diplomática. Veja imagens:
Así va el asedio a la embajada de Venezuela en Argentina.
La oposición fascista los convocó lo más grave es que el gobierno de @JMilei lo avala. pic.twitter.com/xpjXk0VAjC
— Madelein Garcia (@madeleintlSUR) July 29, 2024
Neste domingo, o ministério das Relações Exteriores da Argentina emitiu nota sobre as eleições presidenciais no país.
“Os chanceleres dos países Argentina, Costa Rica, Equador, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana e Uruguai acompanham de perto os acontecimentos na Venezuela e consideram essencial ter garantias de que os resultados eleitorais respeitarão plenamente a vontade popular expressada por o povo venezuelano nas urnas. Isto só pode ser conseguido através de uma contagem de votos transparente, que permita a verificação e controlo dos observadores e delegados de todos os candidatos”, diz o comunicado, sugerindo possíveis irregularidades, mesmo sem o registro de que tenham ocorrido incidentes durante o pleito.
Macri incentiva golpe na Venezuela
Na noite de domingo, o ex-presidente argentino Mauricio Macri postou em suas redes um chamado para que os militares se engajem em golpe. Apesar de o resultado não ter sido divulgado, o empresário que governou a Argentina entre 2015 e 2019 disse que “A maioria dos venezuelanos falou alto e claro: Maduro deve deixar o poder”.
“Agora as Forças Armadas Venezuelanas têm a oportunidade de ficar do lado certo da história e garantir que a vontade do povo seja respeitada. Apelamos à comunidade internacional, e especialmente aos países da região, que devem garantir o compromisso com a democracia, para não permitir que esta ditadura se perpetue ao longo do tempo”, escreveu ele.
SAIBA MAIS:
Eleições na Venezuela: Nicolás Maduro é apoiado pela Igreja Universal
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