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Incêndios em SP começaram simultaneamente e 80% em áreas de agropecuária, diz Ipam

Estudo divulgado aponta que focos de calor começaram em período de 90 minutos
28/08/2024 | 07h49

Por Brasil de Fato

Uma análise realizada pelo Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam) observou os 2,6 mil focos de calor registrados no estado de São Paulo entre a quinta (22) e a sexta-feira (23), quando 30 municípios foram atingidos e estado declarou estado de emergência.

De acordo com o estudo, divulgado nesta terça-feira (27), 81,29% dos incêndios ocorreram em áreas de uso agropecuário e começaram quase simultaneamente, em um intervalo de 90 minutos.

O estudo também destaca que, em apenas um dia (23), o estado de São Paulo registrou mais focos de calor do que Amazônia inteira. “Não é natural surgirem tantos focos de calor em um curto período, ainda mais em uma região como São Paulo”, aponta Ane Alencar, diretora de Ciência do IPAM. “É como se fosse um ‘Dia do Fogo’ exclusivo para a realidade do estado, evidenciado pela cortina de fumaça simultânea que surge visualmente a oeste”, diz.

Focos de incêndios identificados por satélites

Para observar os focos de incêndio, os pesquisadores combinaram informações de satélites de referência com dados de cobertura e uso da terra referentes ao ano de 2023 produzidos pela Rede MapBiomas, da qual o IPAM faz parte. “Também foram utilizadas imagens do satélite GOES para visualização da fumaça e anomalia térmica”, afirma o Ipam.

Cinco cidades concentram 13,31% dos focos de calor ocorridos nos três dias no estado de São Paulo, segundo a análise: Pitangueiras (3,36%); Altinópolis (3,28%); Sertãozinho (2,4%); Olímpia (2,17%); e Cajuru (2,1%), todas na região de Ribeirão Preto, com exceção de Olímpia, que fica no polo de São José do Rio Preto.

Em entrevista na segunda-feira (26), a ministra do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas, Marina Silva, afirmou que o cenário lembra o que ocorreu no Pará, em agosto de 2019, quando fazendeiros combinaram incêndios florestais por aplicativos de mensagens.

“Seja uma ação orquestrada ou não, é urgente reduzir o uso do fogo no manejo agropecuário, e ser muito responsável no controle do fogo quando ele estiver sendo utilizado”, acrescenta Ane Alencar.

 

SAIBA MAIS:

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