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Jornalista do UOL está sendo seguido e teve dados expostos em site difamatório

Repórter Thiago Herdy é autor de série de reportagens sobre contratos emergenciais sem licitação feitos por Ricardo Nunes
20/03/2025 | 18h05

O repórter e colunista do UOL Thiago Herdy teve dados fiscais, endereço e dados de sua família expostos em um texto difamatório publicado em um site da plataforma Wix. O site também publicou fotos da rotina do jornalista pela cidade, o que mostra que Thiago está sendo seguido.

O texto, sem autoria, traz dados sobre a declaração de Imposto de Renda de Thiago, e menciona reportagens produzidas em parceria com outros jornalistas do UOL sobre indícios de irregularidades em contratos emergenciais assinados pelo prefeito Ricardo Nunes (MDB) na sua primeira gestão (2021–2024).

O site já foi retirado do ar por iniciativa da própria plataforma Wix na terça-feira (18), após ser informada sobre a natureza difamatória e o propósito intimidatório da publicação.

Uma mensagem com o link de acesso ao site foi publicada na sexta-feira (14) em um grupo de WhatsApp frequentado por funcionários do gabinete de Ricardo Nunes e da Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana e Obras de São Paulo (Siurb), órgão responsável pela contratação de obras emergenciais.

Jornalista

Colunista do UOL fez série de reportagens sobre contratos irregulares da primeira gestão de Ricardo Nunes (2021–2024) (Foto: Divulgação)

Família do jornalista também foi exposta

Além das informações sobre a rotina do repórter, o site trazia dados sobre a rotina de outros integrantes de sua família. O texto fornecia informações falsas sobre seu patrimônio e sobre as motivações das reportagens publicadas no UOL a respeito de suspeitas de irregularidades envolvendo a administração municipal.

Em março de 2024, o UOL mostrou em série de reportagens que 223 dos 307 contratos de obras emergenciais assinados pela prefeitura de São Paulo na primeira gestão de Ricardo Nunes trazem indícios de combinação entre as empresas.

As reportagens demonstraram que três empresas de uma mesma família assinaram quase R$ 750 milhões em contratos sem licitação. Em outras reportagens, a equipe do UOL mostrou ainda que o chefe de gabinete da Siurb e sua família moraram em imóveis pertencentes à empresa que mais faturou contratos emergenciais. Moraram também no endereço do empresário o próprio prefeito Ricardo Nunes e um de seus aliados.

Todos negam haver relação entre os contratos de aluguel e os contratos assinados pela prefeitura. O caso está sob investigação do Ministério Público de São Paulo

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