Leonardo Rodrigues de Jesus, conhecido como Léo Índio, primo dos três filhos mais velhos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), revelou, em mensagens analisadas pela Polícia Federal (PF), que se sentia “deixado fora de tudo” e abandonado pelo clã Bolsonaro. Léo Índio foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por participação nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.
Por conta da proximidade com Flávio Bolsonaro (PL-RJ), Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e Carlos Bolsonaro (PL), Léo Índio era presença constante nos corredores do Palácio do Planalto durante a gestão Bolsonaro.

Carlos Bolsonaro e o primo Léo Índio
De acordo com a PF, mensagens de WhatsApp trocadas por Léo Índio demonstram “uma espécie de ressentimento por parte dele” em relação aos seus primos. Nas conversas, ele sugeria falta de reconhecimento e se queixava de ter sido “deixado de fora de tudo”.
“Há de se observar, neste e em outros diálogos, um certo distanciamento de LÉO ÍNDIO em relação aos seus primos e tio, uma vez que resta evidenciada essa mágoa por parte de LÉO, que não se sente suficientemente valorizado pelo trabalho que outrora desempenhara”, disse a PF.
Na denúncia apresentada pela PGR ao Supremo Tribunal Federal (STF), Léo Índio foi acusado de tentativa de golpe de estado, tentativa de abolição violenta ao estado democrático de direito, associação criminosa armada, além de outros dois crimes.
Segundo a PGR, há provas suficientes de sua participação nos atos, incluindo imagens que mostram Léo em frente ao Congresso Nacional no momento da invasão e depredação das sedes dos Três Poderes.
“[Léo Índio] destruiu e concorreu para a destruição, inutilização e deterioração de patrimônio da União, ao avançar contra a sede do Congresso Nacional, fazendo-o com violência à pessoa e grave ameaça, emprego de substância inflamável e gerando prejuízo considerável para a União”, diz a PGR.
Em uma das postagens nas redes sociais no dia 8 de janeiro de 2023, Léo Índio aparecia com os olhos vermelhos, segundo ele devido ao gás lacrimogêneo usado pela Polícia Militar. Léo também participou de acampamentos erguidos em frente a quartéis após o resultado das eleições de 2022.
Quem é Léo Índio?
Léo Índio é filho de Rosemeire Nantes Braga Rodrigues, irmã de Rogéria Nantes Braga Rodrigues, primeira esposa de Jair Bolsonaro e mãe de Flávio, Carlos e Eduardo. Morador do Rio de Janeiro, onde dividiu um imóvel com Carlos Bolsonaro, Léo se mudou para Brasília no primeiro ano do governo Bolsonaro, em 2019.

Léo se apresenta como sobrinho de Bolsonaro nas redes sociais
Léo, que se apresenta como sobrinho de Bolsonaro nas redes sociais, concorreu pelo PL nas eleições para a Câmara Legislativa do Distrito Federal em 2022, porém não foi eleito.
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