Por Fabiana Alves
Com o calor incessante, é questão de tempo até o SMS da Sabesp chegar anunciando: “Sabesp informa: Hoje o fornecimento está prejudicado em sua região, devido a uma manutenção emergencial. A normalização está prevista para noite”. Na sexta-feira 13, a razão por trás da mensagem era um incêndio que atingiu as instalações da Sabesp Campestre R2, que abastece a Itapecerica Campestre e o Centro de Itapecerica da Serra, na região metropolitana de São Paulo.
A verdade é que a normalização nunca ocorre na mesma noite: segundo informações obtidas pelo Metrópoles, os canos de abastecimento foram danificados e caminhões-tanque serão responsáveis por levar a água para as regiões prejudicadas. Até quando? Não há previsão. Quarenta e duas mil casas ficaram sem abastecimento, e menos da metade tiveram o abastecimento normalizado até agora.
Cá estou eu, assim como meus vizinhos, sem saber se podemos lavar as roupas — até porque no domingo já havia previsão de chuvas novamente. A água que cai do céu não nos ajudaria: cairia negra e inutilizável, resultado do interminável incêndio que se espalha pelo país.
Aqui, em um canto esquecido da cidade de São Paulo, não chega apenas a fumaça negra que me obriga a sair de máscara pelas ruas, mas chega também o fogo, destruindo um dos nossos poucos alívios: a água. Sem previsão de normalização, vivemos todos em um autorracionamento, com medo de ficar sem esse recurso essencial para a alimentação, higiene e, claro, hidratação — quando a umidade do ar está em um nível crítico.
Para piorar, a suspeita é de um incêndio criminoso, sendo este um ato que prejudica aqueles que deverão continuar vivendo e trabalhando, sem previsão de quando poderão se refrescar em meio à onda de calor que assola o estado. Mas calma, o verão ainda nem começou.
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