Há quem defenda que Tarcísio de Freitas, o governador de São Paulo, é um direitista moderado.
Alguns dizem isso por levar em consideração a forma, e não o conteúdo de Tarcisio. Outros repetem esse rótulo por pura má-fé mesmo.
O governo do “moderado” Tarcisio é aquele que tirou as amarras de civilidade da Polícia Militar e transformou-a em grande fator de risco para a população pobre. De janeiro a agosto aumentou 78% o número de mortes provocadas pela PM de São Paulo.
É essa mesma “moderação” que impede o governador de classificar o que ocorreu em 8 de janeiro de 2023 como tentativa de golpe de Estado. Ainda por cima, defende os extremistas: pede anistia.
Tão moderado que é, presta submissão ao ex-presidente negacionista, que fez campanha contra a vacinação em plena pandemia de covid-19, que tentou desacreditar o processo eleitoral brasileiro e que incentivou o golpismo.
É a fala mansa de Tarcisio que políticos e empresários inescrupulosos, além de boa parte da mídia, usam para tentar turbinar seu nome na corrida ao Planalto, em 2026. Com esse jeitão dissimulado, tentam enganar os eleitores.
Mas não vão faltar ocasiões em que Tarcisio vai rasgar essa fantasia — afinal, assim como ninguém consegue simular o que não é durante 24 horas por dia, o “moderado” vai cair do tipo vez ou outra.
Foi o que aconteceu hoje.
Ao melhor estilo da indústria de fake news bolsonarista, Tarcisio, talvez excitado por se aproximar da vitória eleitoral de seu grupo na Prefeitura de São Paulo, soltou uma daquelas acusações sem fundamento, dignas de um bolsonarista raiz, simplesmente para fomentar o medo à esquerda.
Tarcisio disse que o PCC teria indicado voto em Guilherme Boulos.
O candidato psolista classificou a fala como uma “vergonha”.
Essa é só a primeira de uma série de graves mentiras que virão, já que agora, passadas as eleições municipais, o foco do governador “moderado” é cimentar seu nome como candidato da direita contra Lula, em 2026.
Nesse caminho, Tarcisio volta e meia vai mostrar sua verdadeira face bolsonarista: irresponsável, mentirosa, inescrupulosa.
Mas, é claro, tudo isso moderadamente.
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