Uma mulher de 59 anos que trabalhava há 46 anos para a mesma família em situação análoga à escravidão foi resgatada no Recreio dos Bandeirantes, bairro da zona oeste do Rio de Janeiro.
O resgate foi feito pelo Ministério Público do Trabalho no Rio de Janeiro (MPT-RJ) e a Auditoria-Fiscal do Trabalho, com apoio da Polícia Federal.
A mulher foi resgatada no dia 2 de julho. O caso, porém, só foi divulgado na última quarta-feira (24) após a resolução de todos os trâmites trabalhistas e financeiros.
Segundo as informações divulgadas após o resgate, ela não recebia salários e não tirava folgas, ficando à disposição da família para qual trabalhava de forma ininterrupta. Ela também não tinha conta bancária e tampouco amigos ou familiares.
Mulher voltará para sua terra natal
Há oito anos, a trabalhadora foi trazida pelos patrões de Pernambuco para o Rio de Janeiro, cuidando do pai e agora também dos filhos.
Conforme o MPT, a senhora trabalhava para a família desde os 13 anos, primeiro para familiares dos atuais patrões, sem direito a salário ou a folgas.
Também não tinha conta bancária, relações pessoais ou sociais e contato com os familiares, convivendo apenas com pessoas relacionadas aos empregadores.
“Não tinha autonomia financeira, sem ter acesso a salário ou renda, nem autonomia pessoal, vivendo permanentemente em situação de sujeição à família para a qual trabalhava, sendo que sua existência no período se resumia a esse trabalho”, afirmou o Procurador do Trabalho Thiago Gurjão.
O MPT firmou termo de ajustamento de conduta (TAC) com o empregador, garantindo o reconhecimento do vínculo de emprego e o pagamento de salários e das verbas trabalhistas do período, além de indenização por dano moral.
A vítima conseguiu um acordo que totalizou R$ 768 mil, e agora vai voltar para Pernambuco, sua terra natal.
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