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O partido no poder da Hungria apresentou nesta segunda-feira (17) um projeto de lei que proíbe a Parada do Orgulho LGBTQ+ de Budapeste, realizada há três décadas. O projeto ainda prevê multas para os organizadores e pessoas que participem da Parada.
Nas últimas semanas, o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orban, tem criticado pessoas da comunidade LGBTQ+ e prometeu dificultar o financiamento estrangeiro de mídia independente, políticos da oposição e ONGs na Hungria, intensificando sua campanha eleitoral. As eleições devem ocorrer na Hungria no início do próximo ano.
A proposta submetida pelo partido Fidesz, de Orban, quer proibir a Parada LGBTQ+ sob a justificativa de que ela poderia ser considerada prejudicial às crianças. “O projeto de lei estipula que é proibido realizar um encontro que viole a proibição estabelecida na lei sobre a proteção das crianças”, afirma a legislação.

A Parada LGBTQIA+ acontece todos os anos em Budapeste
Orban também defende que a polícia deve usar câmeras de reconhecimento facial para identificar pessoas que comparecem ao evento. O primeiro-ministro declarou que os organizadores nem deveriam se preocupar em organizar a Parada este ano.
Os organizadores da Parada do Orgulho LGBTQ+ responderam que o evento não representa nenhuma ameaça às crianças e que a liberdade de organizar o evento era um direito constitucional.
Repressão na Hungria
Viktor Orban é primeiro-ministro da Hungria desde 2010. A partir de então, ele tem promovido uma “agenda cristã-conservadora”, perseguindo a comunidade LGBTQ+.
Em 2021, Orban proibiu o que chama de “promoção da homossexualidade” entre menores de 18 anos, sob a justificativa de “proteger as crianças”. Ele recebeu fortes críticas de grupos de direitos humanos e da União Europeia, que encaminhou a Hungria ao Tribunal de Justiça da UE em 2022.
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