Pesquisa da Universidade do Sul da Flórida (USF), nos Estados Unidos, revela que, antes e durante os ataques golpistas do 8 de janeiro, perfis na internet cadastrados fora do Brasil mobilizaram mais apoiadores do que as contas registradas no país. O levantamento foi feito com base em publicações no antigo Twitter, entre os dias 1º e 9 de janeiro de 2023.
De acordo com a CNN Brasil, a pesquisa apontou que as publicações foram feitas principalmente em perfis cadastrados nos Estados Unidos, mas também houve postagens em contas na Rússia e no Reino Unido.
A pesquisa revela que 37.161 publicações foram rastreadas. Todas utilizavam as expressões “Festa da Selma” e “Brazilian Spring”, que era como organizadores e apoiadores da tentativa de golpe de Estado nomearam os ataques de 8 de janeiro.
O levantamento apontou ainda que uma ferramenta de tecnologia artificial, utilizada para identificar boa parte dos perfis, constatou que, pelo menos 97% das contas, eram de pessoas reais. Ou seja, não foram utilizados robôs na divulgação dos ataques golpistas.
COMPARTILHAMENTOS E ENGAJAMENTOS
A pesquisa revelou também que um perfil na Rússia, com postagens sobre o 8 de janeiro, foi o mais compartilhado na Internet. De acordo com o levantamento, não é possível identificar a cidade das publicações.
Já um perfil em Orlando, na Flórida, gerou o maior engajamento. Nos Estados Unidos, no entanto, a pesquisa aponta que as contas estão em Miami, Orlando, Washington D.C., Nova Iorque, Boston, e Los Angeles.
BRASIL
No Brasil, as cidades com mais postagens golpistas durante os ataques às sedes dos Três Poderes foram Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Brasília, Curitiba e Porto Alegre.
“Continuamos trabalhando em pesquisas que avaliam as comparações nas redes sociais. O que outras pesquisas, bem como a investigação do Capitólio revelaram, é que as mensagens sobre a manifestação, o protesto e a insurreição foram divulgadas publicamente nas redes sociais e digitais. O ex-presidente Trump também está incluído entre as mensagens individuais para encorajar os apoiadores, para aparecer em Washington D.C. naquele dia”, destacou autor da pesquisa, Joshua Scacco, em entrevista à CNN.
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