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Juliana Dal Piva

Formada pela UFSC com mestrado no CPDOC da FGV-Rio. Foi repórter especial do jornal O Globo e colunista do portal UOL. É apresentadora do podcast "A vida secreta do Jair" e autora do livro "O negócio do Jair: a história proibida do clã Bolsonaro", da editora Zahar, finalista do prêmio Jabuti de 2023.

Após ouvir Cid, PF não vê necessidade de acareação com Freire Gomes

Fatos relatados bateram com informações dadas à PF pelo ex-comandante do Exército
13/03/2024 | 09h00

Com Karla Gamba

Depois do depoimento do tenente-coronel Mauro Cid na segunda-feira (11), a Polícia Federal decidiu que não irá fazer acareação entre ele e o ex-comandante do Exército, general Freire Gomes, na investigação que apura a tentativa de golpe de Estado após as eleições em 2022.

Na avaliação de fontes próximas da investigação, o último depoimento do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro foi “satisfatório”. Uma dessas fontes afirmou à coluna que ficou “nas entrelinhas” que os esclarecimentos prestados batem com as informações levadas pelo general Freire Gomes, ex-comandante do Exército.

O tenente-coronel foi interrogado por mais de 10 horas na segunda. A princípio, a PF tinha intenção de dividir o tempo da oitiva e marcar outra data caso fosse necessário. No entanto, conforme apurou a coluna, a decisão de seguir o depoimento de uma só vez foi do próprio Cid e de sua defesa.

Um dos presentes definiu o depoimento como “longo, sofrido e desgastante”. Ainda segundo relatos, Cid demonstrou cansaço em alguns momentos, mas manteve o que já havia acordado, inclusive com sua defesa, de prestar todos os esclarecimentos necessários em um só dia.

Mauro Cid foi interrogado sobre diversos assuntos e investigações que têm o ex-presidente Jair Bolsonaro como alvo. De reuniões entre a cúpula do antigo governo e outros investigados, minuta golpista, ao caso que apura inserção de dados falsos no sistema do Ministério da Saúde para a fabricação de certificados de vacinação. Ele também respondeu perguntas referentes à investigação das joias, recebidas como presentes pessoais por Jair e Michelle Bolsonaro. Neste caso, o Tribunal de Contas da União (TCU) já decidiu que os itens não se enquadram como de “uso personalíssimo” e, portanto, devem ser devolvidos à União.

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