A PF (Polícia Federal) deve fazer uma nova leva de indiciamentos no inquérito da tentativa de golpe de Estado na semana que vem. Com isso, a lista de nomes enviados ao STF (Supremo Tribunal Federal), hoje com 37 nomes, deve passar de 40.
Os novos nomes devem vir de novos elementos colhidos nesta semana, após a deflagração da Operação Contragolpe, na última terça-feira (19).
Entre os novos indiciados, a coluna apurou que estarão pessoas citadas em depoimento pelo policial federal Wladimir Matos Soares. Ele foi alvo da Operação Contragolpe, acusado de vazar informações sobre a segurança do presidente Lula para os Kids Pretos envolvidos no plano de assassinatos de autoridades — o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes, do STF, também eram alvos.
Soares revelou os nomes dos responsáveis para cooptá-lo para a trama golpista. Entre eles está o policial federal Alexandre Ramalho, que estava lotado na época na Abin (Agência Brasileira de Inteligência).
A PF também vai analisar o material apreendido na Operação Contragolpe. Além disso, também podem surgir novas informações durante o depoimento do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, ao ministro Alexandre de Moraes na tarde de hoje (21).
Tentativa de golpe
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi indiciado hoje pela PF (Polícia Federal) por integrar uma organização criminosa que liderou uma tentativa de Golpe de Estado no Brasil após a sua derrota nas eleições de 2022. Com isso, Bolsonaro se torna o primeiro presidente da História do Brasil a ser alvo de um processo para ser responsabilizado por tentativa de golpe contra a democracia brasileira.
Além de Bolsonaro, 36 personagens entre ex-ministros, militares e alguns de seus principais auxiliares estão na lista dos indiciados. Só entre militares há mais de uma dezena. Como a coluna adiantou, além de Bolsonaro, o general Walter Braga Netto também foi indiciado. Junto a ele o general Augusto Heleno, ex-ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), o ex-ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira, e o ex-comandante da Marinha, Almir Garnier. A coluna também apurou que o nome do ex-ministro Anderson Torres está na lista de indiciados.
A PF arrecadou ao longo de quase dois anos de investigações milhares de dados obtidos em celulares e computadores e diversos depoimentos mostrando como foi forjado um plano para impedir que o presidente Lula tomasse posse em janeiro de 2023.
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