O sindicato de ônibus do Rio de Janeiro afirmou que, ontem, a frota de veículos carioca sofreu “o pior ataque criminoso da história”. Foram 35 veículos incendiados por criminosos, além de um trem, dois carros e um caminhão. As ações na Zona Oeste da capital fluminense começaram após a morte de Matheus da Silva Rezende, um miliciano conhecido como Teteu e Faustão.
“O setor de transporte por ônibus sofreu o pior ataque criminoso da História. Ao todo, 35 ônibus foram incendiados, sendo 20 da operação municipal, evidenciando a inação do Estado diante desses episódios de violência extrema, em que o direito de ir e vir do cidadão é esquecido. O Rio Ônibus, mais uma vez, repudia com veemência o ocorrido e apela às autoridades públicas para que tomem uma providência com urgência. É preciso dar um basta”, diz o sindicato, em nota.
DINO PROMETE REFORÇO
Após os ataques que espalharam pânico e caos na Zona Oeste, o minstro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, prometeu mandar mais equipes federais ao RJ.
“Amanhã (24 de outubro) estarão no Rio o Secretário Executivo Ricardo Cappelli; o Secretário Nacional de Segurança Pública, Tadeu Alencar; e o Comandante da Força Nacional, coronel Alencar. Irão reunir com as nossas Superintendências da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal. Também com as equipes dos governos estadual e municipal”, anunciou o ministro nas redes sociais.
“Estamos mantendo e ampliando operações diárias no Rio, no que se refere à competência federal, com realização de prisões, investigações, patrulhamento e apreensões. Vamos aumentar mais ainda as equipes federais, em apoio ao Estado e ao Município”, completou Dino.
Dino explicou a abordagem do problema deve ser compartilhada: “Em um sistema federativo, temos que respeitar os demais entes da Federação e buscar ações convergentes, o máximo quanto possível. Foi assim que agimos em outros estados que atravessaram crises de Segurança neste ano de 2023. Teremos novas decisões nos próximos dias, sob orientação do presidente Lula”.
O Ministério da Justiça já tinha enviado ao Rio 300 homens da Força Nacional para ajudar no combate ao crime organizado — a segunda parte do contingente chegou ontem.
TERRORISMO
Em entrevista coletiva concedida ontem, o governador do Rio, Cláudio Castro (PL), disse que os presos pela polícia sob acusação de incendiarem os coletivos — até a noite de ontem eram 12 — serão tratados como terroristas e enviados para presídios federais.
A Zona Oeste do Rio, onde aconteceram os ataques, tem 2,6 milhões de habitantes, o que representa cerca de 41% da população carioca.
Depois dos ataques, os usuários de transportes coletivos tiveram muita dificuldade para voltar para casa. Alguns foram obrigados a caminhar por quilômetros e muitos ficaram isolados por muitas horas nos pontos de ônibus, sem conseguir se locomover.
Por uma triste ironia, um dos únicos meios de transporte que funcionava ontem à noite era o sistema de vans, que em muitos bairros é dominado pela milícia.
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