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PMs do DF são presos acusados de torturar colega em curso de formação

14 policiais militares são suspeitos de agredir soldado que tentava entrar para Batalhão de Choque
29/04/2024 | 15h18

O Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) determinou nesta segunda-feira (29) a prisão temporária de 14 PMs acusados de agredir e torturar um colega de farda durante curso de formação para o Batalhão de Choque (BPChoque), em Brasília. Segundo a vítima, o soldado Danilo Martins, de 34 anos, as agressões ocorreram na última segunda-feira (22).

Na denúncia ao Ministério Público, o PM disse que foi torturado por cerca de oito horas, dentro do próprio quartel do BPChoque da Polícia Militar, para que desistisse do curso de formação. Segundo ele, as agressões e humilhações só terminaram após a assinatura de termo de desistência.

Após as agressões, Danilo chegou a ficar internado no hospital por seis dias. O soldado foi diagnosticado com insuficiência renal, rabdomiólise (ruptura do músculo esquelético), ruptura no menisco, hérnia de disco e lesões lombar e cerebral.

PMs: agressões

O policial revelou ao MP que levou pauladas, chutes nos joelhos, estômago e na face dos próprios colegas de farda da PM. Na denúncia, Danilo também contou que levou gás lacrimogênio e gás de espuma no rosto e foi obrigado a tomar café com sal e pimenta.

Eles colocaram gás nos meus olhos, depois pediram para eu correr ao redor do batalhão cantando uma música vexatória. E, depois disso, me colocaram para fazer flexão de punho cerrado no asfalto, me deram pauladas na cabeça, no estômago”, afirmou Danilo em entrevista à TV Globo.

O soldado contou que, na última segunda-feira (22), ao se apresentar para o curso de formação, foi barrado pelo segundo-tenente Marco Aurélio Teixeira, que é coordenador das aulas.

“Ele já me retirou do turno e disse que se eu não assinasse o requerimento [de desistência] que já estava preenchido, ele iria me tirar, seja por lesão ou trairagem”, disse.

Danilo lembrou que após se recusar, por diversas vezes, a assinar o termo de desistência, o coordenador do curso iniciou as agressões, juntamente com outros PMs.

Prisão

Além do pedido de prisão dos 14 PMs, a Justiça determinou o afastamento do comandante do Patrulhamento Tático Móvel do Batalhão de Choque (BPChoque), Calebe Teixeira.

Secretaria

Em nota, a secretaria afirmou que “não tem compromisso com erros [dos PMs], tudo tem que ser investigado, mas não dá para imputar responsabilidade sem avançar nas investigações sob risco de cometer injustiça”.

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