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Procuradores da Lava Jato atacaram ministra Cármen Lúcia e Nordeste

Revista revela trechos de mensagens enviadas e recebidas por grupo no Telegram comandado por Deltan Dallagnol
15/03/2024 | 13h10

Grupo de procuradores da Lava Jato protagonizou ataques homofóbico à ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF) e ao Nordeste, em mensagens enviadas pelo Telegram. A informação é da revista Piauí.

Nesta quinta-feira (14), a publicação revelou trechos dos diálogos das mensagens enviadas e recebidas pelo ex-procurador Deltan Dallagnol no aplicativo. O material integra o acervo da Operação Spoofing, da Polícia Federal, em 2019.

Nas mensagens com o atual ex-deputado federal Deltan Dallagnol, o grupo chega até mesmo a insinuar que a ministra Cármen Lúcia seria homossexual. As conversas reúnem os procuradores Livia Tinoco, Janice Ascari, Wellington Saraiva e Luiz Lessa, que também criticam suposta falta de “cuidados corporais” da magistrada.

Procuradores atacam

“É franciscana. Mulher simples. De muita renúncia. Não tem filho para sustentar”, escreve a procuradora Livia Tinoco. Em seguida, Janice Ascari afirma que a ministra “nem gasta com cabeleireiro”.

“Nem com dentista. Tem uns dentes horríveis, amarelos e tortos. Mereciam uma lente pra ajudar um pouco o sorriso. Já passou da hora de fazer um preenchimento e um botox”, prossegue Livia.

Procuradores fizeram ataques no aplicativo de mensagens Telegram. Foto: Rosinei Coutinho/ STF

Logo sem seguida, o procurador Wellington Saraiva entra na conversa e faz especulações sobre o estado civil da ministra, sugerindo que seria homossexual.

“Alguém sabe se é casada, já casou, teve união com qualquer nível de estabilidade e se tem filhos? Não que isso tenha relevância profissional, mas tem…”, escreve Saraiva.

Nordeste

O grupo também ataca o Nordeste. Segundo a publicação, preconceitos de origem surgiram após a reeleição de Dilma Rousseff, puxada especialmente por votos da região Nordeste.

Em julho de 2015, o procurador de Goiás, Ailton Benedito de Souza, mesmo em meio a colegas de todas as regiões do país no grupo, escreve: “Por isso que não tenho pena dos nordestinos […] Quando os vejo sofrer pelas suas desgraças, considero-as merecidas”.

Nascido em Salvador, Vladimir Aras, integrante do Ministério Público Federal de Brasília, rebate: “Menos, Ailton, menos.” Souza arrematou: “Apenas consequências das próprias escolhas, que somos todos livres para fazer.”

A ex-primeira-dama Marisa Letícia também foi alvo de ataques dos procuradores, que a chamaram de “tribufu”.

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