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Para observadores da política argentina, vitória de Milei vai gerar ‘situação de caos’

Há ceticismo sobre a capacidade de governar de Milei, que tem bom desempenho nas redes sociais, mas pouco traquejo em ambientes que exigem maior preparo
19 de novembro de 2023

Igor Carvalho, Brasil de Fato

O que acontecerá com a Argentina a partir de 10 de dezembro, quando toma posse o novo governo que terá à frente Javier Milei? A avaliação de Gonzalo Armúa, responsável pelas Relações Internacionais da Frente Pátria Grande, que conseguiu 5,7% dos votos nas eleições primárias argentinas, em agosto deste ano, não é nada otimista.

“Teremos uma situação de caos e com fortes níveis de confrontos em curto prazo. O povo argentino vai sair nas ruas, demonstrou nos últimos anos que defende os direitos humanos, a educação pública e a saúde, e acho que outros setores que não estão no campo popular vão aderir”, especula Armúa.

A análise é similar ao prognóstico de Hugo Yasky, deputado federal e secretário-geral da Central de Trabalhadores da Argentina (CTA), que pediu inutilmente que os argentinos se recordassem da “experiência Bolsonaro que destruiu o Brasil.”

“Se Milei passa a cumprir tudo que prometeu, teremos um quadro de turbulência que vai mobilizar os estudantes e trabalhadores para que saiam às ruas para se defender”, afirmou o deputado federal.

Há um ceticismo sobre a capacidade de governar do político de extrema direita, que tem bom desempenho nas redes sociais, mas pouco traquejo em ambientes e atividades que exigem maior preparo para debater os temas do país.

Neste cenário, espera-se que o ex-presidente Maurício Macri, fiador da campanha de Milei, seja uma presença constante na Casa Rosada e que demande uma fatia do governo, para garantir que o ultradireitista não fique isolado, já que não contará com base para governar no parlamento argentino.

Armúa avalia que setores organizados da sociedade, como governadores, prefeitos, professores, pesquisadores e artistas não apoiam Javier Milei, somente Macri.

 

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