As chuvas e alagamentos que atingem o Rio Grande do Sul já causaram 85 mortes. Segundo o último boletim da Defesa Civil, divulgado às 18h desta segunda-feira (6), há 339 feridos, 134 desaparecidos e mais de 201 mil pessoas fora de casa.
Entre os desabrigados, 153.824 estão desalojados e outros 47.676 em abrigos públicos. As chuvas e inundações já afetaram 1.178.226 gaúchos de alguma forma. No total, 385 cidades do Rio Grande do Sul foram atingidas.
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Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, ficou inundado e teve atividades suspensas por tempo indeterminado (Reprodução)
Aeroporto interditado
O Aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre, permanecerá fechado por tempo indeterminado, com todas as operações suspensas.
Segundo a Fraport, que administradora o local, a decisão foi tomada devido às condições adversas que resultaram no alagamento do aeroporto, afetando inclusive o terminal de passageiros.
A empresa reforça que continua realizando avaliações diárias para monitorar as condições do aeroporto e determinar os próximos passos.
Racionamento em Porto Alegre
A Prefeitura de Porto Alegre decretou racionamento de água na cidade e restringe o uso do recurso enquanto a enchente impedir a regularização do serviço.
A água distribuída pelo Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae) deve ser, exclusivamente, para consumo essencial.
“Estamos vivendo um desastre natural sem precedentes em Porto Alegre e no Rio Grande, e todos precisam contribuir. O desabastecimento é real e vai levar tempo até ser retomado com regularidade. Estamos buscando alternativas em diferentes frentes, mas a consciência de cada cidadão é decisiva para não piorar o cenário”, disse o prefeito Sebastião Melo.
Atividades como lavagens automotivas, de calçadas e fachadas, rega de jardins e gramados, bem como uso em salões de beleza, clínicas estéticas, academias, em banho e tosa de animais devem ser evitadas para preservar o recurso. As decisões valem até que seja retomada a regularidade no abastecimento de água na capital do Rio Grande do Sul.
Rio Grande do Sul: calamidade
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu, na tarde desta segunda-feira (6), no Palácio do Planalto, com os chefes dos demais Poderes da República e anunciou o envio de um projeto de decreto legislativo (PDL) para que o Congresso Nacional reconheça o estado de calamidade pública no Rio Grande do Sul.
Com o PDL, os limites e prazos previstos na Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) poderão ser suspensos, facilitando e acelerando o repasse de recursos federais para o estado afetado por enchentes, na maior crise climática de sua história.
Lula se reuniu com os presidentes da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), além do vice-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin. Também participaram do encontro diversos ministros do governo federal.
Previsão do tempo
O Rio Grande do Sul tem nova previsão de tempestade se aproximando. O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) divulgou na manhã desta segunda-feira um alerta vermelho para a previsão de tempestade em áreas do estado, que enfrenta fortes temporais desde a semana passada.
O aviso de “grande perigo” é válido até terça-feira e prevê que haverá “volume total de chuva pode superar os 100 milímetros (mm) em 24h, com ventos acima de 100 km/h e queda de granizo”.
De acordo com o comunicado do Inmet, há ainda “grande risco de danos em edificações, corte de energia elétrica, estragos em plantações, queda de árvores, alagamentos e transtornos no transporte rodoviário”.
O alerta é válido para os municípios de Arroio Grande, Chuí, Herval, Jaguarão, Pedras Altas, Rio Grande e Santa Vitória do Palmar.
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