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Senado aprova desoneração da folha de pagamentos de 17 setores da economia

Em vigor desde 2011, texto perderia validade em dezembro próximo. Medida é uma derrota para o Ministério da Fazenda, que defendia que tema fosse discutido apenas na segunda fase da reforma tributária
26/10/2023 | 05h00

O Senado aprovou na noite de ontem, em votação simbólica, o projeto de lei que estende até 2027 a desoneração da folha de pagamento de 17 setores da economia. O texto também reduz a contribuição para a Previdência Social paga por pequenos municípios. O PL seguirá agora para avaliação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A política de desoneração da folha estava em vigor desde 2011 e perderia a validade em dezembro próximo. O PL já havia sido aprovado, na última terça-feira (24), pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) e foi validada pelo plenário da Casa.

Com a desoneração, a contribuição para a Previdência Social de setores intensivos em mão de obra muda de 20% da folha de pagamento para alíquotas entre 1% e 4,5% sobre a receita bruta. A medida beneficia principalmente o setor de serviços, que tem faturamento baixo em relação a outros setores da economia, como alguns tipos de indústria, e empregam intensivamente.

Os 17 setores beneficiados são os seguintes: confecção e vestuário; calçados; construção civil; call center; comunicação; empresas de construção e obras de infraestrutura; couro; fabricação de veículos e carroçarias; máquinas e equipamentos; proteína animal; têxtil; tecnologia da informação (TI); tecnologia de comunicação (TIC); projeto de circuitos integrados; transporte metroferroviário de passageiros; transporte rodoviário coletivo; e transporte rodoviário de cargas.

PEQUENOS MUNICÍPIOS
Além de beneficiar esses setores, o projeto reduz, de 20% para 8% da folha de pagamento, a alíquota da contribuição para a Previdência Social de pequenos municípios. O benefício valerá para cidades de até 142.633 habitantes que não recebem cota-reserva do Fundo de Participação dos Municípios.

Diferentemente das médias e das grandes cidades, que têm regimes próprios de Previdência para os servidores públicos locais, as pequenas prefeituras contribuem para o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

DESTAQUE
Na semana passada, o relator do projeto, senador Angelo Coronel (PSD-BA), rejeitou todas as mudanças feitas pela Câmara dos Deputados em agosto. O parlamentar, no entanto, permitiu a votação de um destaque em Plenário após acordo costurado com o senador Efraim Filho (União Brasil-PB) para evitar o adiamento da votação na CAE.

Pelo acordo, a CAE aprovou a versão original do relatório de Angelo Coronel para levar ao plenário do Senado um destaque do senador Ciro Nogueira (PP-PI) para manter uma alteração da Câmara e reduzir, de 2% para 1% da receita bruta, a alíquota para as empresas de transportes rodoviários coletivos. A expectativa é que o destaque seja votado ainda esta noite.

A desoneração representa uma derrota para a equipe econômica. Por diversas vezes, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defendeu que o tema fosse discutido apenas na segunda fase da reforma tributária, que prevê a reformulação do Imposto de Renda e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido. Em junho, o ministro chegou a dizer que o projeto é inconstitucional, sem entrar em detalhes.

Informações da Agência Brasil

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