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Senado desafia Supremo e aprova marco temporal das terras indígenas

Por 43 votos a 21, projeto de lei foi votado em regime de urgência e agora seguirá para sanção ou veto do presidente Lula. Rodrigo Pacheco (PSD-MG) nega revanchismo com a Corte
28/09/2023 | 14h00

O Senado aprovou ontem projeto de lei que estabelece o marco temporal para demarcação de terras indígenas. A texto foi aprovado por 43 votos a 21 e é totalmente oposto à tese derrubada na semana passada pelo STF. O texto agora seguirá para sanção ou veto do presidente Lula.

Com a aprovação do projeto, os indígenas só poderão reivindicar a posse das terras que ocupavam, de forma permanente, até 5 de outubro de 1988, quando da promulgação da Constituição Federal. As diversas comunidades que não comprovarem que estavam nestas áreas até a data poderão ser expulsas.

A aprovação do projeto poderá anular as demarcações de terras indígenas consolidadas e proibir a ampliação das já demarcadas. O texto atingirá também aqueles que estão em processo de regularização de seus territórios. Segundo a Funai, há atualmente 287 pedidos.

O projeto de lei teve tramitação acelerada no Senado. No início da tarde, o texto foi aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e logo seguiu para o plenário, que aprovou em regime de urgência.

QUEDA DE BRAÇOS
Após a votação, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), negou que a aprovação do marco temporal na Casa tenha sido um ato de revanchismo contra o STF. O senador argumentou que a Casa cumpriu o papel de legislar sobre o tema.

“Absolutamente, de nossa parte, não há nenhum tipo de sentimento revanchismo em relação à Suprema Corte do nosso país. É simplesmente o fato de que nós não podemos nos omitir daquilo que é o nosso dever, que é o de legislar”, disse.

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