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Vivian Mesquita

Apresentadora, Repórter e Editora Chefe Executiva com passagens pela Editora Abril, Rede Globo e Canais ESPN Disney. Especialista em esportes de ação em mercado mundial. Profissional com formação consolidada na área de mídia e conteúdo esportivo, com mais de 20 anos de experiência em TV. Relacionamento sólido com a comunidade criativa local, produtoras, talentos, atletas, marcas e mídia. Habilidades em gestão de equipes, processos organizacionais e comunicação. Apresentadora do ICL Notícias - 1ª Edição.

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Ser fiel a si mesma é um ato de coragem: obrigada, ministra!

Enquanto houver uma mulher silenciada, ainda há trabalho a ser feito
30/05/2025 | 05h02
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O Senado brasileiro protagonizou, nesta semana, um dos episódios mais vexatórios da história da Casa. A agressão sofrida pela ministra Marina Silva por parte dos senadores Marcos Rogério e Plínio Valério apenas escancara o baixo nível do Congresso brasileiro.

Não faltam camadas para analisarmos esse episódio: machismo, misoginia, racismo, preconceito, além dos interesses políticos dos dois parlamentares, fortemente ligados ao agronegócio nos estados que representam.

“Ponha-se no seu lugar” — Marcos Rogério tenta se justificar dizendo que estão usando politicamente a sua fala. Senador, sua fala é inaceitável como homem e como representante de parte da sociedade brasileira. Além de desrespeitosa, ela também escancara seu despreparo e desconhecimento a respeito da trajetória das mulheres deste país.

Mulheres não ganham nada apenas por existirem — mulheres conquistam direitos. Direito ao voto, à educação, ao trabalho, à liderança — vitórias arrancadas de um sistema que resistia -, frutos de marchas, palavras firmes, lágrimas e da união entre mulheres que ousaram sonhar com um mundo mais igual.

Hoje, vemos mulheres brilhando em todos os espaços: na ciência, na política, na arte, na política, na tecnologia. Mulheres que lideram empresas, comunidades e movimentos. Mulheres que não pedem mais permissão para existir plenamente. Mas também vemos, em silêncio ou em gritos, as marcas da desigualdade que persiste.

Mulheres ainda enfrentam barreiras invisíveis: salários menores, sobrecarga mental, preconceitos disfarçados de elogios, violência que fere o corpo e a alma. Ser mulher, em muitos lugares do mundo, ainda é carregar um risco. É andar com medo, é precisar justificar escolhas, é ser julgada por padrões inalcançáveis. A mulher continua sendo medida por uma régua que não se aplica ao homem.

“O lugar da mulher é onde ela quiser” — essa frase é um chamado à liberdade. Feminismo não é uma luta contra os homens, mas uma luta contra a desigualdade. É a busca por um mundo onde mulheres e homens caminhem lado a lado, em respeito mútuo, sem opressão ou limitações impostas pelo gênero.

O lugar da mulher é uma construção em constante transformação. Cada passo, cada escolha, cada conquista individual é também um gesto coletivo de resistência e afirmação. Olhar para a história da mulher com sensibilidade é entender que, por trás de cada direito conquistado, há uma longa trajetória de coragem. Por isso, a ministra Marina Silva não foi desrespeitada sozinha — ela carregou ali cada uma de nós. Porque, enquanto houver uma mulher silenciada, ainda há trabalho a ser feito. Mas, enquanto houver uma mulher sonhando, também há esperança.

Em um mundo onde todos tentam nos dizer quem devemos ser, ser fiel a si mesma é um ato de coragem — e de liberdade.

 

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