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‘Crime tem interligação entre os portos de Santos e RJ’, diz comandante da Marinha

Ao apresentar a nova missão de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), iniciada na última segunda-feira(06), o comandante explicou os motivos de não incluir o Porto de Paranaguá (PR) na ação
07/11/2023 | 09h11

O comandante da Área de Operações da Marinha, vice-almirante Renato Rangel Ferreira, afirmou que há uma interligação entre o crime organizado que atua no Porto de Santos (SP) e no Porto do Rio de Janeiro.

A fala ocorreu no contexto da apresentação de detalhes da nova missão de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) em portos e aeroportos, que começou na última segunda-feira (6). Ferreira explicava os motivos de não incluir o Porto de Paranaguá (PR) na ação.

“Temos informações que existe uma interligação entre o crime organizado que atua no Porto de Santos e no Porto do Rio de Janeiro, por onde passa boa parte do comércio marítimo. Por isso, eles estão conectados nessa operação. É o que eu posso informar”, disse o vice-almirante.

GLO DIFERENTE

Renato também contou que a nova missão da GLO é diferente de todas as outras anteriores. Segundo ele, foram mobilizados 1,9 mil militares e estão sendo usados diversos equipamentos, como navios-patrulha, embarcações e viaturas blindadas.

“Podemos chamar de uma GLO do Mar, acontece com ênfase no mar e nos portos”, avaliou.

Essa nova GLO foi autorizada via decreto pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A medida autoriza militares a atuar com viés preventivo e repressivo nos portos do Rio de Janeiro, de Itaguaí (RJ) e de Santos (SP), e também nos aeroportos internacionais de Guarulhos (SP) e do Galeão (RJ).

O objetivo é apoiar ações de combate ao tráfico de armas e de drogas e outros tipos de crimes.

CRISE NA SEGURANÇA DO RJ

A GLO foi decretada após os ataques criminosos que expuseram a crise na segurança pública no Rio de Janeiro, e que levaram o governador Cláudio Castro a pedir ajuda federal.

No início do mês passado, operações das polícias civil e militar tiveram como alvo lideranças do Comando Vermelho. Investigações apontaram que a facção de traficantes estaria envolvida na execução de três médicos em um quiosque na Barra da Tijuca. As vítimas teriam sido mortas por engano, pois uma delas foi confundida com um miliciano.

Também no mês passado, armas furtadas do Exército em Barueri (SP) foram encontradas na capital fluminense. Além disso, há duas semanas, 35 ônibus e um trem foram incendiados na zona oeste da capital após um miliciano morrer durante confronto com policiais.

Concentrada em três portos e dois aeroportos, a nova missão ocorre até 3 de maio de 2024. Como está limitada a áreas específicas de controle federal, não há interferência na atuação das forças de segurança dos estados. Foi instalado um comitê de acompanhamento das ações de segurança, sob coordenação dos ministros da Justiça, Flávio Dino, e da Defesa, José Mucio.

INTEGRAÇÃO

Na apresentação da nova missão de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), o vice-almirante Renato Rangel Ferreira também ressaltou a articulação entre diferentes forças para atuação nos portos do Rio de Janeiro, de Itaguaí e de Santos.

Além de Renato, a apresentação contou com a participação de representantes da Polícia Federal (PF), da Polícia Rodoviária Federal (PRF), da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ) e da Receita Federal.

Renato Rangel Ferreira disse ainda que os principais portões dos portos do Rio, de Itaguaí e de Santos já foram ocupados. “Estamos ali já operando de alguma forma, fazendo algum tipo de vasculhamento, de inspeção.”

Com informações da Agência Brasil

 

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