O ex-presidente Jair Bolsonaro passou a última sexta-feira (6) e o sábado (7) se preparando para o interrogatório que enfrentou no Supremo Tribunal Federal (STF) nesta semana. A coluna apurou que parte dessa preparação se deu na casa do ex-presidente Michel Temer na sexta-feira.
O jornalista Igor Gadelha, do Portal Metrópoles, revelou que o emedebista tinha aconselhado Bolsonaro a pedir desculpas ao ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, e a adotar uma postura mais “serena” diante da Corte. A coluna confirmou a informação e apurou outros detalhes.
Segundo pessoas próximas a Bolsonaro, a decisão de ir conversar com Temer foi do ex-presidente. Bolsonaro foi sozinho até a casa de Temer e não comunicou ninguém de seu grupo mais próximo. O restante da preparação se deu com o grupo de advogados que atua em sua defesa. São eles Celso Villardi, Paulo Bueno e Daniel Tesser.

Bolsonaro frente a frente com Alexandre de Moraes no STF (Foto: Antonio Augusto/STF)
A ida a casa de Temer irritou bolsonaristas. Na avaliação de parte do grupo próximo ao ex-presidente, ao adotar a postura indicada por Temer, Bolsonaro enfraqueceu seu discurso de perseguição. Na visão deles, Bolsonaro não enfrentou Moraes e sequer mencionou de maneira clara que se vê perseguido e, com isso, ficou sem discurso político, diferente do embate de Lula e Moro, em 2017, por exemplo. No grupo próximo a Bolsonaro, Temer não trouxe resultados concretos para a defesa de Bolsonaro em nenhum momento.
Não é a primeira vez que Temer aconselha Bolsonaro. Em 2021, Bolsonaro escreveu uma carta para se desculpar com Moraes após os ataques numa manifestação de 7 de setembro. Em fevereiro de 2024, por exemplo, ele tinha procurou emedebista para alinhar o discurso que fez em um ato na Avenida Paulista.
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