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Ronaldo Caiado repete Zema, relativiza ditadura e diz que período teve ‘restrições’

Governador de GO afirmou que golpe de 1964 ocorreu diante de quebra da ordem nacional por João Goulart
10/06/2025 | 06h23
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Por Matheus Tupina

(Folhapress) – O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), repetiu o chefe do Executivo mineiro, Romeu Zema (Novo), e relativizou a existência da ditadura militar nesta segunda-feira (9).

Ele afirmou, em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, que a tensão política à época ocorreu diante do governo João Goulart (PTB) que, segundo o governador, teria quebrado a ordem nacional, o que levou a reações que desembocaram em 1964. Ele não respondeu se o período de 1964 a 1985 foi uma ditadura.

Para Caiado, o momento do país contou com “restrições por atos constitucionais (sic), o AI-5, AI-6, 7, 8, em um período em que aconteceram barbaridades”, e afirmou que é necessário olhar o ano de 1964, momento do golpe militar, “com os olhos de 1964”, sem detalhar o que isso significava.

Caiado afirmou, ao ser questionado sobre a ditadura, que ela ocorreu diante de uma crise institucional criada pela renúncia do então presidente Jânio Quadros (PTN), em 1961, e a ascensão de Jango. Segundo o governador, o presidente tentou estatizar as terras e causou tensão social, o que gerou reação pelo país.

 Caiado: ‘Situações criadas’ por Jango

“Foram situações criadas e que provocaram todo esse processo de reação, e que nós viemos para a anistia plena, geral e irrestrita; de um lado havia os militares que praticavam as arbitrariedades, e você tinha os comandos que praticavam os crimes de terrorismo”, afirmou.

O governador goiano ressaltou, entretanto, não haver mais espaço para a reprodução das exceções ocorridas no período. “Isso jamais será reproduzido no país, não tem espaço”, concluiu.

Caiado

Os governadores de Minas Gerais, Romeu Zema, e de Goiás, Ronaldo Caiado (Foto: Rede social)

A fala de Caiado repetiu Zema, que afirmou, em entrevista à Folha, que o período militar é uma “questão de interpretação”, e disse que cabe aos historiadores “debater isso”. O político do Novo afirmou nunca ter se aprofundado sobre o período entre 1964 e 1985.

“Eu prefiro não responder, porque acho que há interpretações distintas. E houve terroristas naquela época? Houve também. Então fica aí. Acho que os historiadores é que têm de debater isso. Eu preciso me preocupar, hoje, com Minas Gerais”, ressaltou o governador mineiro.

“Tiveram sequestradores e assassinos que receberam anistia, não foi? Nós temos que olhar para o futuro. Quando você está fazendo política e só procurando atacar, diminuir seus adversários, acho que isso prejudica muito o andamento da gestão.”

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