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‘É preciso despolitizar militares para evitar outro 8/1’, diz Gilmar Mendes

Medidas envolvem também reavaliar o papel das polícias e das Forças Armadas, opinou
08/01/2024 | 06h42

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes disse que é preciso despartidarizar e despolitizar a atuação dos agentes de segurança, além impor um período de quarentena antes das eleições, para evitar atos golpistas com os ocorridos em 8 de janeiro do ano papssado. Mendes deu as declarações em entrevista à CNN Brasil.

“Temos que nos perguntar o que fazer para evitar que isso se repita. E acho que estamos falhando um pouco. Não basta só essa normalidade que estamos vivendo, de respeito recíproco aos Poderes”, disse o ministro.

De acordo com ele, as medidas envolvem também reavaliar o papel das polícias e das Forças Armadas, que segundo sustentou devem ser acompanhadas de uma “consciência de defesa da democracia”.

Golpistas no Congresso Nacional. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Gilmar Mendes criticou a presença militar em cargos civis, especialmente durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O ministro também citou “condescendência” de fardados com acampamentos de manifestantes em frente aos quartéis.

O ministro também afirmou que em eventos anteriores, como o ataque à sede da Polícia Federal (PF) e a tentativa de explodir uma bomba próxima ao aeroporto de Brasília, significaram a “gestação de um processo de terrorismo” antes de 8 de janeiro.

“Era possível antever que havia algo de anormal nesse contexto”, afirmou. “Muito provavelmente isso estava sendo gestado nos quartéis e nesses grupos que lá estavam”.

Membro mais antigo do STF, o ministro enfatizou que a transição pacífica de governo e a posse “desarmou os espíritos e permitiu que se articulasse” o 8 de janeiro. Segundo o ministro, houve em muitas vezes “leniência” da política com policiais que organizaram greves, que são ilegais, o que resultou na anistia desses agentes.

“Essa gente deveria ser inelegível. Quem quer ir para a política deveria ter uma distância no tempo, uma quarentena, para depois fazer política, seja militar, policial militar, policial civil, e não se aproveitar de um hipotético proscênio momentâneo de ‘prendeu alguém’ para se tornar político e depois voltar para as Forças”, disse.

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