Nesta terça-feira (7), foi divulgado o primeiro de uma série de relatórios com dados de emprego nos Estados Unidos, o JOLTS. E a notícia é que o número de vagas criadas surpreendeu com um aumento, o que significa que a economia norte-americana voltou a aquecer. Nesta quarta-feira (8), sai o relatório ADP e dados de pedidos de auxílio-desemprego. Se confirmarem um trabalho de mercado aquecido, isso traz implicações para o futuro da taxa de juros do país.
Em meio a esse cenário, os mercados mundiais amanheceram majoritariamente no campo positivo hoje. Ontem, houve uma baixa acentuada nas ações de tecnologia, devido às especulações de que o Fed (Federal Reserve, o banco central estadunidense) não cortará as taxas de juros antes de julho, em meio às pressões inflacionárias.
No fim deste mês, a autoridade monetária estadunidense realiza a primeira reunião do ano e as apostas até o momento são de manutenção das taxas de juros, o que traz consequências para países emergentes como o Brasil. Taxas de juros mais altas no país considerado o mais seguro do mundo para investir afugenta investidores de nações emergentes, ainda que o prêmio pago no Brasil, por exemplo, seja maior (a taxa Selic está em 12,25% ao ano).
Nesta manhã, a União Europeia divulgou sua inflação ao produtor. O PPI (sigla em inglês) da zona do euro caiu 1,2% na comparação anual de novembro, depois de recuar em ritmo mais forte em outubro, de 3,3%, segundo dados publicados pela Eurostat, como é conhecida a agência oficial de estatísticas da União Europeia.
Excluindo-se os preços de energia, que tendem a ser voláteis, o PPI da zona do euro ficou estável em novembro ante outubro, mas avançou 0,9% ante igual mês do ano anterior.
Por aqui, sai hoje a produção industrial de novembro, que será divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), às 9h. As projeções apontam para queda de 0,6% no mês e alta de 1,8% no ano.
Brasil
O Ibovespa avançou 0,95%, aos 121.162,66 pontos, nesta terça-feira (7), um ganho de 1.141,14 pontos. Porém, importante salientar que o indicador seguiu o embalo de segunda-feira (6), quando avançou repercutindo o mercado externo. Tudo leva a crer que o mercado tem tateado para buscar bons argumentos para tentar recuperar, neste começo de 2025, as perdas do ano passado.
Ontem, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, concedeu entrevista à GloboNews, ocasião em que disse que o déficit fiscal de 2024 vai fechar próximo de zero em 2024, sem contabilizar os gastos para reconstrução do Rio Grande do Sul após as fortes chuvas de maio.
No âmbito corporativo, a alta do Ibovespa foi sustentada por um de seus pesos-pesados, a Petrobras (PETR4), que subiu 2,13%, e dos bancos, que avançaram todos em torno de 1%. Podia ter sido melhor se a Vale (VALE) não tivesse caído 0,97%, com minério de ferro na mínima de sete semanas.
O dólar comercial emendou a segunda baixa seguida, com 0,13%, a R$ 6,10.
Europa
As bolsas europeias sobem, em sua maioria, com os investidores avaliando os recentes dados macroeconômicos da região.
Na frente de corporativa, a Shell cortou sua previsão de produção de gás natural para os últimos três meses do ano passado para 6,8 a 7,2 milhões de toneladas métricas, abaixo da previsão anterior entre 6,9 a 7,5 milhões de toneladas métricas.
FTSE 100 (Reino Unido): -0,01%
DAX (Alemanha): +0,07%
CAC 40 (França): -0,19%
FTSE MIB (Itália): +0,01%
STOXX 600: +0,06%
Estados Unidos
Os índices futuros de Nova York operam em alta, com os investidores atentos ao setor de tecnologia. A Nvidia, a até então queridinha do mercado na área de Inteligência Artificial, esteve entre as principais responsáveis pelas perdas no setor, com queda superior a 6%. Já a Tesla e a Meta Platforms recuaram 4% e quase 2%, respectivamente.
Nesta quinta-feira (9), a Bolsa de Valores de Nova York estará fechada em homenagem ao ex-presidente Jimmy Carter, que faleceu recentemente.
Dow Jones Futuro: +0,14%
S&P 500 Futuro: +0,15%
Nasdaq Futuro: +0,16%
Ásia
Os mercados asiáticos fecharam mistos, acompanhando Wall Street e com os investidores monitorando as incertezas econômicas da região, especialmente a China.
No mercado de títulos do governo chinês, avaliado em US$ 11 trilhões, o pessimismo dos investidores atingiu níveis inéditos. Os rendimentos dos títulos de 10 anos caíram para mínimas históricas nas últimas semanas, ficando mais de 300 pontos-base abaixo de seus equivalentes nos Estados Unidos, mesmo após a implementação de diversas medidas de estímulo econômico anunciadas por Pequim.
Shanghai SE (China), +0,02%
Nikkei (Japão): -0,26%
Hang Seng Index (Hong Kong): -0,86%
Kospi (Coreia do Sul): +1,16%
ASX 200 (Austrália): +0,77%
Petróleo
Os preços do petróleo operam em alta devido à redução da oferta pela Rússia e pelos membros da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), enquanto dados que revelaram um aumento inesperado nas vagas de emprego nos Estados Unidos indicam uma expansão da atividade econômica e, consequentemente, maior demanda por petróleo.
Petróleo WTI, +0,92%, a US$ 74,93 o barril
Petróleo Brent, +0,73%, a US$ 77,62 o barril
Agenda
Nos Estados Unidos, saem os dados de emprego privado (ADP), auxílio-desemprego e a ata da última reunião do Fomc (Comitê Federal de Mercado Aberto) do Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA).
Por aqui, no Brasil, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta terça-feira que, se medidas planejadas pela pasta se concretizarem sem grandes alterações, a área econômica entregará uma economia nacional “mais arrumada” do que a deixada pelo governo anterior. “Se o plano traçado pelo Ministério da Fazenda for a termo, chegar ao final do jeito que nós planejamos, nós vamos chegar com economia muito mais arrumada, mas muito mais arrumada, do que nós herdamos”, disse em entrevista à GloboNews, quando questionado sobre o impacto de indicadores econômicos nas eleições presidenciais de 2026.
Sobre o dólar, Haddad disse: “Hoje o dólar está valorizado no mundo inteiro, e nós vamos sentir os efeitos disso aqui no Brasil, embora eu considere que tenha havido um exagero [do mercado] em relação à perspectiva da economia brasileira, para pior”, disse o ministro na entrevista.
*Com informações do InfoMoney e Bloomberg
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