Por Yuri Eiras
(Folhapress) — O prefeito reeleito do Rio de Janeiro Eduardo Paes (PSD) acenou para uma trégua nos embates com o governador fluminense, Cláudio Castro (PL).
Durante a campanha, Paes e Castro trocaram ataques sobre a condução da segurança pública. Castro, que apoiou o candidato derrotado Alexandre Ramagem (PL) afirmou, durante a campanha, que Paes negou ajuda à segurança pública.
O prefeito, por sua vez, criticou em debates e propagandas eleitorais a condução do governo no tema da segurança. Principal adversário de Paes, Ramagem adotou essa pauta como a principal de sua campanha, apesar de esta ser uma atribuição estadual.
“Não queria ter estadualizado essa eleição. O Rio precisa resolver essa questão de segurança. Governador, tivemos que fazer embates porque seu candidato trouxe as suas fraquezas. Mas a partir de hoje terminam os conflitos. Queremos ajudar o seu trabalho”, disse Paes, em pronunciamento na Gávea Pequena, residência oficial do prefeito, após a vitória em primeiro turno.
“A gente vai trabalhar ao lado do governador Cláudio Castro. Acabou o conflito. Não dá mais para continuar politizando tudo no estado do Rio.”
Estratégia de Paes
Paes garantiu neste domingo (6) 60,47% dos votos válidos nas eleições e foi reeleito no primeiro turno para seu quarto mandato à frente da cidade.
Ele superou os deputados federais Alexandre Ramagem (PL), que tem 30,99% dos votos válidos, e Tarcísio Motta (PSOL), com 4,16%.
O prefeito venceu a disputa evitando a nacionalização do enfrentamento com o deputado Alexandre Ramagem (PL), que contou com o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Paes não teve agendas de campanha ao lado do presidente Lula e, durante debates e entrevistas, descrevia a aliança com o petista como parcerias com o governo federal, sempre destacando diferenças pontuais com o PT.
O objetivo era atrair uma parte do eleitorado que votou em Bolsonaro em 2022 — o ex-presidente venceu na cidade na disputa com Lula há dois anos.
As pesquisas eleitorais ao longo da campanha mostraram que ele conseguiu manter a preferência de parte significativa dos evangélicos, geralmente associados ao bolsonarismo, por meio de uma aliança com lideranças do setor.
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