O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a abertura de um inquérito para apurar a conduta do youtuber bolsonarista Allan dos Santos, que forjou prints de uma falsa conversa atribuída à jornalista Juliana Dal Piva, do ICL Notícias.
Na mesma decisão, o ministro ordenou ainda que a rede social X (antigo Twitter) e a Meta (dona do Instagram) bloqueiem seus perfis nas duas plataformas no prazo de 2 horas, sob pena de multa diária no valor de R$ 100 mil em caso de descumprimento.
A investigação atende a um pedido feito pela Procuradoria-Geral da República (PGR), que solicitou que a Polícia Federal (PF) investigue a existência de uma “atuação coordenada com o fim de, deliberadamente, difundir informações falsas com o intuito de interferir no curso de investigação criminal em trâmite no Supremo Tribunal Federal”.
Farsa de Allan dos Santos foi denunciada
Foragido nos Estados Unidos desde 2021, quando o ministro Alexandre de Moraes decretou sua prisão por conta do inquérito das milícias digitais, Allan publicou prints de mensagens falsificadas que Juliana teria enviado a ele, com supostas ameaças. Ele também ataca o Instituto Conhecimento Liberta (ICL).
Na data da publicação, no final de junho, a jornalista gravou vídeo para esclarecer o público que acompanha seu trabalho e seguidores das redes sociais.
“Infelizmente estou aqui pra desmentir uma fraude que foi feita contra mim essa madrugada. O Allan dos Santos passou a espalhar uma série de prints forjados de uma conversa que nunca existiu, mas ele manipulou essa imagem pra dar a entender que seria uma conversa comigo no chat do Instagram”, disse ela na gravação. “Eu estou aqui para dizer a vocês o óbvio: que tudo isso é uma grande mentira com a intenção de me atacar e atacar meu trabalho”.
Juliana exibiu um print de sua conta no Instagram para provar que nunca trocou mensagens com o militante bolsonarista.
“Eu tenho um recado tanto para o Allan quanto para as pessoas que estão orquestrando esse ataque, que é o seguinte: eu não vou deixar de trabalhar, eu não vou deixar de fazer o meu trabalho como jornalista. Eu já fazia antes de tudo isso e eu vou continuar fazendo. Então, não adianta ficar criando campanha para me atacar porque isso não vai me fazer parar de trabalhar”, disse a jornalista, que também é diretora da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji).
Ela disse que precisava dar essa explicação como esclarecimento às pessoas que acompanham seu trabalho. “Essa troca de mensagem é totalmente fraudulenta, então eu peço que vocês espalhem a verdade, e não as mentiras dele. Não compartilhem o vídeo em que ele forja essa conversa comigo porque isso não é verdade”, explicou.
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