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PL planeja novos atos com Bolsonaro para mobilizar militância pelo país

Para integrantes do PL, Bolsonaro conseguiria "equilibrar" as forças com o STF ao demonstrar que segue com bastante apoio popular
06/03/2024 | 17h18

A cúpula do PL pretende repetir em outros estados a fórmula do ato pró-Jair Bolsonaro (PL) em São Paulo no final do mês passado como forma de reagir às investigações da Polícia Federal.

Integrantes do partido conversaram com o ex-presidente para que ele replique a manifestação em locais como Rio de Janeiro e Belo Horizonte.

A avaliação no PL é que o evento demonstrou o vigor político de Bolsonaro e é uma forma de manter a militância engajada num ano de eleições municipais.

Além disso, reforça a narrativa propagada pelo ex-presidente de que ele é vítima de uma perseguição do Judiciário e que não tramou um golpe de Estado, ao contrário do que apontam as investigações da PF.

Desta forma, para integrantes do PL, Bolsonaro conseguiria “equilibrar” as forças com o STF (Supremo Tribunal Federal) ao demonstrar que segue com bastante apoio popular e o país, dividido.

Na visão desses assessores, seria também um modo de eventualmente frear o avanço de processos no Supremo ao deixar claro que condenar Bolsonaro ou tomar uma medida mais drástica, como prendê-lo, teria repercussão negativa em parte da população.

Pessoas próximas ao ex-presidente, fora do núcleo partidário, concordam em fazer novos atos, desde que bem espaçados — por exemplo, um por semestre. A leitura de quem está no núcleo duro de Bolsonaro é que fazer um evento do tipo todo mês poderia banalizar a manifestação e enfraquecê-la.

Bolsonaro convocou o ato

O ex-presidente reuniu milhares de apoiadores na avenida Paulista no último dia 25. O ato foi convocado pelo próprio ex-chefe do Executivo, que argumentou querer se defender das suspeitas apontadas pela PF.

O presidente Lula (PT) reconheceu que o ato foi grande.

Aliados consideraram o evento um sucesso pela quantidade de participantes e também porque Bolsonaro soube moderar o tom do discurso, assim como seus apoiadores, que evitaram faixas contra as instituições, a pedido do ex-presidente.

No lugar da postura agressiva contra ministros do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e do STF, em especial Alexandre de Moraes, o ex-presidente foi mais ameno nas críticas às cortes.

Em sua fala, Bolsonaro disse buscar a pacificação do país e pediu anistia aos presos pelo ataque golpista de 8 de janeiro de 2023.

Ele também reclamou por estar inelegível e criticou as penas impostas aos que participaram do 8 de janeiro. Ainda lembrou da facada de que foi vítima e fez um balanço de seu governo.

Veja cenas da manifestação na Paulista:

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