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Setor de serviços recua 0,2% em janeiro puxado pelos transportes, aponta IBGE

No acumulado em 12 meses, o indicador teve alta de 2,9%, menor do que a registrada em dezembro de 2024 (3,2%)
13/03/2025 | 09h16
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O volume de serviços no país recuou 0,2% em janeiro de 2025 na comparação com o mês anterior, quando ficou estável (0,0%). Em relação a janeiro de 2024, o setor avançou 1,6%, décima taxa positiva consecutiva. Os dados da Pesquisa Mensal de Serviços foram divulgados na manhã desta quinta-feira (13) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

A variação negativa no mês foi puxada, principalmente, pelos serviços de transportes, que caíram 1,8%, com maiores taxas negativas nos seguintes segmentos: dutoviário, aéreo, rodoviário coletivo de passageiros, ferroviário de cargas e correio.

No acumulado em 12 meses, o indicador teve alta de 2,9%, menor do que a registrada em dezembro de 2024 (3,2%).

Os outros dois serviços com desempenho negativo em janeiro foram os prestados às famílias (-2,4%) e os profissionais, administrativos e complementares (-0,5%). O primeiro eliminou parte do ganho de 7,0% acumulado entre maio e dezembro de 2024, e o último registrou a terceira retração seguida, com perda de 3,7% nesse intervalo.

“Após alcançar o ápice de sua série histórica em outubro de 2024, o setor de serviços apresentou duas taxas negativas e uma estabilidade nos últimos três meses. Nesse período, acumulou perda de 1,1%, que pode ser explicada pela alta margem de comparação. Em janeiro, três das cinco atividades investigadas mostraram resultados negativos e, apesar da variação negativa, o desempenho do setor de serviços ficou próximo da estabilidade”, disse o gerente da pesquisa, Rodrigo Lobo.

Serviços: queda de 1,8% nos transportes

O setor de transportes foi o destaque no resultado de janeiro, sendo responsável pelo maior impacto negativo ao recuar 1,8%. “Houve quedas importantes no transporte dutoviário, com perda de receita de empresas relevantes que atuam nesse segmento, no transporte aéreo, no transporte rodoviário coletivo de passageiros, no transporte ferroviário de cargas e na atividade de correio”, explicou o gerente da pesquisa.

No sentido contrário, informação e comunicação (2,3%) e outros serviços (2,3%) tiveram os únicos avanços de janeiro de 2025, com a primeira atividade acumulando um ganho de 2,8% nos últimos três meses, enquanto a última recuperou parte da perda verificada em dezembro de 2024 (-4,1%).

O gerente da pesquisa lembrou que, no período pós-pandemia, “os serviços de tecnologia da informação (7,8%) têm crescido de forma bastante expressiva, ditando o ritmo do setor de serviços como um todo. Em janeiro, esse segmento renovou seu recorde na série histórica da pesquisa, iniciada em janeiro de 2011”.

Transportes de passageiros

Após avançar 0,8% em dezembro de 2024, o volume de transporte de passageiros no Brasil caiu 7,6% em relação ao mês anterior, na série livre de influências sazonais. O segmento se encontra, no mês de referência, 3,4% abaixo do nível de fevereiro de 2020 (pré-pandemia) e 25,1% abaixo de fevereiro de 2014 (ponto mais alto da série histórica).

O volume do transporte de cargas, por sua vez, recuou 0,7% em janeiro de 2025, terceira queda consecutiva, com perda acumulada de 3,3%. Assim, o segmento se situa 8,9% abaixo do ponto mais alto de sua série, alcançado em julho de 2023.

Em relação ao nível pré-pandemia, o transporte de cargas está 30,9% acima de fevereiro de 2020.

“A queda do transporte de passageiros foi pressionada tanto pelo transporte aéreo, fruto de uma maior base de comparação com dezembro de 2024 e de uma influência dos preços das passagens (alta de 10,42%), quanto pelo transporte rodoviário coletivo de passageiros. Já o transporte de cargas vem, desde 2024, apresentando maior frequência de resultados negativos. O transporte dutoviário e o transporte ferroviário de cargas ajudam a explicar o desempenho negativo em janeiro”, observou o pesquisador.

Unidades da federação

Em termos regionais, a maioria (17) das 27 unidades da federação assinalou redução no volume de serviços em janeiro de 2025, na comparação com dezembro de 2024. Esse resultado acompanhou o recuo observado no resultado nacional (-0,2%).

Os impactos mais importantes vieram do Distrito Federal (-8,7%), seguido por Minas Gerais (-1,7%), Pernambuco (-4,5%), Amazonas (-7,0%) e Espírito Santo (-5,2%). Por outro lado, São Paulo (0,9%), Rio de Janeiro (1,0%) e Santa Catarina (3,4%) foram responsáveis pelas principais contribuições positivas em janeiro.

Crescimento em 12 meses

Frente a janeiro de 2024, a expansão do volume de serviços no Brasil (1,6%) foi acompanhada por somente 13 das 27 unidades da federação. O estado com a maior contribuição positiva foi São Paulo (4,3%), seguido por Rio de Janeiro (3,8%), Santa Catarina (3,2%) e Minas Gerais (0,9%). Em sentido oposto, Mato Grosso (-25,8%), Rio Grande do Sul (-8,2%) e Paraná (-1,9%) foram os destaques negativos do mês.

Atividades turísticas

Em janeiro de 2025, o índice de atividades turísticas mostrou redução de 6,4% frente ao mês imediatamente anterior, após ter avançado 3,1% em dezembro. Com esse desempenho, o setor de turismo está 7,2% acima do patamar de fevereiro de 2020 e 6,4% abaixo do ápice da sua série histórica, alcançado, justamente, em dezembro de 2024. Cabe mencionar que a queda de 6,4% em janeiro foi a mais intensa desde março de 2021 (-24,4%). Restaurantes, transporte aéreo de passageiros e serviços de buffet foram as três atividades econômicas que mais impactaram o setor.

Regionalmente, 12 dos 17 locais pesquisados acompanharam esse movimento de retração verificado na atividade turística nacional (-6,4%). São Paulo (-8,3%) exerceu a influência negativa mais intensa, seguido por Rio de Janeiro (-5,4%), Minas Gerais (-4,2%) e Paraná (-5,5%). Em contrapartida, Bahia (1,5%), Santa Catarina (1,7%) e Ceará (1,4%) tiveram os ganhos mais expressivos.

Na comparação entre janeiro de 2025 e igual mês do ano anterior, o índice de volume de atividades turísticas no Brasil apresentou crescimento de 3,5%, oitava taxa positiva seguida. A principal razão foi o aumento na receita de empresas que atuam nos ramos de transporte aéreo de passageiros, restaurantes e serviços de reservas relacionados a hospedagens.

Doze das 17 unidades da federação onde o indicador é investigado mostraram avanço nos serviços voltados ao turismo, com destaque para São Paulo (4,0%), seguido por Rio de Janeiro (6,6%), Bahia (9,0%), Santa Catarina (7,0%) e Goiás (8,6%). Já Rio Grande do Sul (-6,1%), Minas Gerais (-1,9%) e Mato Grosso (-11,4%) exerceram os principais impactos negativos do mês.

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