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A taxa de inadimplência média registrada pelos bancos nas operações de crédito avançou em janeiro para 3,2%. Em dezembro do ano passado, somava 2,9%. É o maior nível desde maio de 2024 (3,3%). Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (13) pelo Banco Central.
De acordo com os dados do BC, nas operações com pessoas físicas, a inadimplência subiu de 3,5% em dezembro de 2024 para 3,8% em janeiro. Trata-se do maior percentual desde outubro de 2023 (3,9%).
Já a inadimplência das empresas subiu de 2% no fechamento de 2024 para 2,2% em janeiro deste ano (maior nível desde novembro do ano passado, quando estava em 2,3%).
Os dados do BC mostram que as pessoas estão com dificuldades em pagar as dívidas. O número de pessoas e empresas que atrasaram pagamentos por mais de 90 dias aumentou.
As famílias brasileiras seguem bastante endividadas: quase metade da renda (48,3%) está comprometida com dívidas, como financiamentos e cartões de crédito. Esse valor se manteve estável em relação a dezembro, mas está um pouco maior do que no ano passado.
Juro alto contribui para inadimplência
O juro bancário médio cobrado em operações de pessoas físicas e empresas subiu 1,6 ponto percentual em janeiro deste ano, encerrando o mês em 42,3% ao ano. Esse é o maior patamar desde setembro de 2023, quando estava em 42,5% ao ano, ou seja, em dezesseis meses.
O juro foi calculado com base em recursos livres – ou seja, não inclui os setores habitacional, rural e o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).
O aumento do juro bancário acontece em meio à alta da taxa básica da economia, a Selic, fixada pelo Banco Central para tentar conter a inflação. Em janeiro, a taxa atingiu 13,25% ao ano. O Brasil detém o maior juro real do mundo (quando descontada a inflação).
Conforme os dados do BC, a taxa média de juros cobrada nas operações ficou da seguinte forma:
- Empresas: subiu de 21,7% ao ano, em dezembro de 2024, para 24,2% ao ano em janeiro. É o maior nível desde janeiro de 2023 (24,9% ao ano).
- Pessoas físicas: os juros subiram de 53,1% ao ano, em dezembro de 2024, para 53,9% ao ano no fechamento em janeiro. Esse é o maior patamar desde novembro de 2023 (54,8% ao ano).
Cheque especial e cartão de crédito
No cheque especial das pessoas físicas, a taxa subiu de 134,8% ao ano, em dezembro de 2024, para 135,1% ao ano em janeiro. O aumento foi de 0,3 ponto percentual.
Por sua vez, o juro médio cobrado pelos bancos nas operações com cartão de crédito rotativo, ou seja, quando a pessoa paga o mínimo da fatura, deixando rolar a dívida, o percentual recuou de 451,8% ao ano, no fim de 2024, para 445,6% ao ano em janeiro deste ano.
Apesar da queda no juro do cartão de crédito rotativo em janeiro, a taxa permanece em patamar proibitivo. Acima de 400% ao ano, essa é a linha de crédito mais cara do mercado financeiro.
Lembrando que, desde janeiro de 2024, o CMN (Conselho Monetário Nacional) limitou o valor total da dívida dos clientes no cartão de crédito rotativo. O valor do débito não pode mais exceder 100% da dívida original.
Crédito bancário
O volume total do crédito bancário em mercado, segundo o Banco Central, ficou estável em janeiro, ao somar R$ 6,46 trilhões.
Houve incremento de 1,2% na carteira de crédito às pessoas físicas, saldo de R$ 4 trilhões, “atenuado pela redução de 1,8% no saldo das pessoas jurídicas, que situou-se em R$ 2,5 trilhões”, informou o Banco Central.
O crédito livre às famílias cresceu 1,4% no mês de janeiro, e 12,7% em doze meses, com destaque para:
- Crédito pessoal não consignado (+2,6%);
- Financiamento para aquisição de veículos (+2%);
- Crédito pessoal consignado para beneficiários do INSS (+2,3%); e
- Cartão de crédito rotativo (6,7%).
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